Investing.com — O Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2022 dos Estados Unidos subiu 2,9%, considerando a taxa anual ajustada, de acordo com dados preliminares divulgados pelo Bureau of Economic Analysis nesta quinta-feira, 26. O resultado veio acima dos 2,6% previstos pelo mercado. No terceiro trimestre, a alta havia sido de 3,2%. No ano de 2022, a economia americana cresceu 2,1%, abaixo dos 5,9% registrados em 2021.
Ainda que o crescimento tenha sido robusto, o consenso dos economistas é de que os Estados Unidos devem enfrentar uma recessão até o segundo semestre do ano, ainda que de forma suave, devido à política monetária contracionista do banco central americano, o Federal Reserve (Fed).
Também foi divulgada nesta manhã a inflação nos Estados Unidos, medida pelo núcleo de preços PCE, que subiu 3,90% no quarto trimestre. O resultado veio abaixo da projeção de 4% e dos 4,7% anteriores. O PCE é um dos principais indicadores que o Federal Reserve leva em consideração em suas decisões sobre as taxas de juros.
O índice cheio ficou em 3,2%, abaixo dos 4,3% anteriores.
Por fim, completando a bateria de dados, os pedidos iniciais por seguro-desemprego da semana passada nos EUA vieram abaixo da previsão de 205 mil benefícios dos economistas do mercado e do número revisado da semana anterior, de 192 mil, segundo dados do Departamento de Trabalho. Foram 186 mil benefícios solicitados.
Já o número de solicitações contínuas veio acima da previsão de 1,659 milhão. O resultado de 1,675 milhão é também maior do que o número revisado da semana passada de 1,655 milhão.
Às 10h36, após a divulgação dos dados, os futuros da Nasdaq subiam 0,76%, enquanto os da S&P 500 tinham alta de 0,40% e da Dow Jones de 0,10%.
No Brasil, o Ibovespa Futuros recuava 0,09% e o dólar subia 0,45%, a R$ 5,0946.
As vendas no varejo tiveram um enfraquecimento nos últimos dois meses, assim como a manufatura.
Os gastos dos consumidores, que representam mais de dois terços da atividade econômica americana, impulsionaram o indicador robusto no 4T22, com uma elevação nos gastos com bens.
Por outro lado, perdeu força a demanda por bens manufaturados de longa duração e algumas famílias, assim como os gastos empresariais.
Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, acredita que o esfriamento da economia americana reflete o aperto na política monetária do Fed visando conter a inflação. "Em um contexto de economia forte e um mercado de trabalho aquecido, os preços dispararam, levando o Fed a elevar as taxas de juros para desacelerar a atividade. A inflação em 12 meses acumula uma alta de 5,5% em novembro (índice de gastos com consumo, PCE), bem acima da meta de 2%".
* Com informações de Reuters