Por Stanley White e Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - A economia do Japão cresceu mais rapidamente do que esperado no terceiro trimestre devido a fortes exportações, registrando o período mais longo de crescimento ininterrupto em mais de uma década.
A economia expandiu-se a uma taxa anualizada de 1,4 por cento no trimestre encerrado em 30 de setembro, um pouco acima da estimativa mediana para crescimento anualizado de 1,3 por cento, mostraram dados do governo divulgados nesta quarta-feira.
O crescimento anualizado registrado no segundo trimestre foi revisado para 2,6 por cento.
Os gastos do consumidor caíram pela primeira vez em sete trimestres, mas a expectativa é que a queda seja passageira, já que a economia está próxima do pleno emprego, o que deve reforçar o consumo doméstico no futuro.
O aumento das despesas de capital e as exportações também deverão manter a economia crescendo, o que deve aliviar algumas preocupações com a baixa inflação.
"A taxa de crescimento potencial do Japão é de cerca de 1 por cento, então os resultados para o terceiro trimestre mostram que a taxa real de crescimento está bastante alta", disse Hidenobu Tokuda, economista sênior do Mizuho Research Institute.
"O mercado de trabalho está indo tão bem que os gastos dos consumidores com certeza vão crescer no futuro. As despesas de capital ainda parecem saudáveis. A economia está indo bem."
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,3 por cento em relação ao trimestre anterior, em linha com a estimativa mediana, depois de ter crescido 0,6 por cento no segundo trimestre, mostraram os dados divulgados nesta quarta-feira.
Os resultados mostraram que a economia do Japão cresceu pelo sétimo trimestre consecutivo, o período mais longo de expansão desde os oito trimestres de crescimento registrados entre o segundo trimestre de 1999 e o primeiro trimestre de 2001.
A demanda externa - ou exportações menos importações - foi o que mais impulsionou a expansão econômica, adicionando 0,5 por cento ao crescimento do PIB.
O consumo privado, que representa cerca de dois terços do PIB, caiu 0,5 por cento em relação ao trimestre anterior, ante expectativa de contração de 0,3 por cento, no primeiro declínio desde o último trimestre de 2015.
O declínio foi impulsionado por menores gastos em restaurantes e hotéis, bem como gastos reduzidos em carros e telefones celulares, disse um funcionário do governo. O mau tempo durante o trimestre pode ter prejudicado os gastos, acrescentou.
As despesas de capital aumentaram 0,2 por cento no terceiro trimestre ante o trimestre anterior, abaixo da estimativa mediana de crescimento de 0,3 por cento. No entanto, o resultado marcou o quarto trimestre consecutivo de crescimetno dos investimentos.