BRASÍLIA (Reuters) - Analistas consultados pelo Ministério da Economia melhoraram a sua projeção para o déficit primário do governo central neste ano, distanciando-a, inclusive, da meta definida pela equipe econômica na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021, de 247,1 bilhões de reais.
No mais recente boletim Prisma Fiscal, com estimativas coletadas até o quinto dia útil deste mês, a perspectiva passou a ser de um rombo primário de 221,9 bilhões de reais, conforme mediana das expectativas, ante 224,4 bilhões de reais no mês passado. A meta indicada para o próximo ano é de um déficit de 163,9 bilhões de reais.
Apesar da melhora apontada nas estimativas, o país encerrará 2021 no vermelho pelo oitavo ano consecutivo, sem conseguir economizar para pagar os juros da dívida pública.
Em 2020, em razão do estado de calamidade pública em função da pandemia da Covid-19, o governo não precisou cumprir a meta de déficit primário, de 124,1 bilhões de reais. No acumulado de janeiro a novembro, o rombo nas contas públicas foi de 699,1 bilhões de reais, segundo o Tesouro.
O Ministério da Economia projeta que o déficit primário do governo central será de 831,8 bilhões de reais em 2020, o equivalente a 11,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Para 2021, os economistas consultados pelo Prisma agora veem a dívida bruta batendo em 90,77% do PIB, melhor que o nível de 92,5% apontando anteriormente. Já para 2022, a expectativa é que a dívida siga em alta, chegando a 91,5% do PIB, sobre 92,49% no levantamento divulgado em dezembro.
(Por Gabriel Ponte)