SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras passaram a ver maior aperto monetário no final de 2016 ao mesmo tempo em que voltaram a piorar o cenário para inflação e passaram a ver o dólar a 4 reais no ano que vem, com deterioração também da economia.
De acordo com a pesquisa Focus do Banco Central publicada nesta segunda-feira, a expectativa agora é de que a Selic encerrará o próximo ano a 12,25 por cento, ante os 12,00 por cento esperados por três semanas seguidas.
A expectativa de maior aperto monetário reflete a deterioração do cenário para a inflação. A projeção na pesquisa para o avanço do IPCA no final de 2016 subiu 0,06 ponto percentual, para 5,70 por cento.
Essa é a sétima alta seguida, que deixa a taxa ainda mais longe da meta de 4,5 por cento, que tem tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou menos.
A piora tem a ver com o aumento dos riscos relacionados ao país, principalmente no que se refere ao dólar, e depois de a agência de classificação de risco Standard & Poor's cortar a nota do Brasil, tirando o selo de grau de investimento. A projeção no Focus para a moeda norte-americana em 2016 subiu a 4 reais, ante 3,80 reais na pesquisa anterior.
Em relação a 2015, a projeção para a alta do IPCA também foi ajustada em 0,06 ponto percentual para cima, a 9,34 por cento, com a expectativa para a Selic mantida em 14,25 por cento. Para o dólar neste ano os especialistas consultados elevaram a projeção a 3,86 reais, contra 3,70 reais.
Sobre o desempenho da economia, os economistas veem contração em 2015 de 2,70 por cento, ante queda de 2,55 por cento na pesquisa anterior. Para 2016 a expectativa é de retração do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,80 por cento, contra recuo de 0,60 por cento.
(Por Camila Moreira)