SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras reduziram a perspectiva de crescimento da economia brasileira neste ano pela quinta semana seguida, vendo expansão de pouco mais de 1 por cento, depois de o Banco Central ter piorado seu cenário.
Pesquisa Focus do BC divulgada nesta segunda-feira mostrou que a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano foi reduzida a 1,10 por cento, 0,06 ponto percentual a menos do que na pesquisa anterior.
Para 2015, a estimativa foi cortada em 0,10 ponto percentual, para 1,50 por cento, na sexta vez seguida de piora da perspectiva.Na semana passada, em seu Relatório Trimestral de Inflação, o Banco Central reduziu a projeção de crescimento do PIB brasileiro de 2014 a 1,6 por cento, ante 2,0 por cento.[nL2N0P716A]
Ao mesmo tempo, piorou suas contas sobre a inflação neste ano e no próximo, mas argumentou que à frente ela entrará em convergência para a meta. O BC vê que o IPCA subirá 6,4 por cento neste ano pelo cenário de referência, ante previsão anterior de 6,1 por cento, praticamente no teto da meta de 4,5 por cento, com margem de 2 pontos percentuais.
No Focus, a mediana das estimativas para alta do IPCA neste ano permaneceu em 6,46 por cento. O Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, também não modificou sua perspectiva para 2014, de 6,33 por cento.Para os próximos 12 meses, a estimativa permaneceu em 5,91 por cento.
JUROS
Já sobre a política monetária, o BC reforçou com o Relatório de Inflação a ideia de que não deve mexer na taxa básica de juros tão cedo. Boa parte dos especialistas veem isso como consequência da preocupação do BC de não afetar ainda mais a atividade.
No Focus, os economistas mantiveram pela quarta semana a perspectiva de que a Selic não será elevada novamente este ano, encerrando no atual patamar de 11,00 por cento.
Para eles, a Selic só voltará a ser elevada novamente em janeiro de 2015, em 0,25 ponto percentual, perspectiva inalterada ante a semana anterior.
O Top 5 de médio prazo, também vê a taxa básica de juros em 11,00 por cento este ano, sem alteração ante a pesquisa anterior.
(Por Camila Moreira)