SÃO PAULO (Reuters) - A perspectiva para a taxa de juros em 2018 recuou em meio ao cenário de inflação mais baixa no Brasil, com o mercado também já ajustando suas projeções mais longas depois que o governo fixou metas menores para a alta dos preços em 2019 e 2020.
A pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mostrou que os economistas reduziram a estimativa para a Selic em 2018 a 8,25 por cento, contra 8,50 por cento anteriormente. Para este ano, permanece a expectativa de que a taxa básica de juros, atualmente em 10,25 por cento, terminará a 8,5 por cento, com corte de 0,75 ponto percentual na reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom).
Já o grupo que mais acerta as previsões, o chamado Top-5, reduziu seu cenário para ambos os anos, vendo a Selic a 8,13 por cento, sobre 8,38 por cento, em 2017; e a 8 por cento, frente a 8,25 por cento, em 2018.
Isso em meio a um cenário de inflação que perde força a cada semana no Focus. A projeção para a alta do IPCA neste ano agora é de 3,46 por cento, contra 3,48 por cento anteriormente. Com isso, o dado se aproxima da faixa mais baixa de tolerância para a meta, que é de 4,5 por cento com margem de 1,5 ponto percentual.
Para 2018, a inflação foi estimada em 4,25 por cento, contra 4,30 por cento no levantamento anterior, enquanto que para 2019 a expectativa permaneceu em alta de 4,25 por cento. O movimento de redução se repetiu para 2020 e 2021, com redução de 0,25 ponto percentual para cada, a 4 por cento.
Na semana passada, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou para 2019 o centro da meta de inflação a 4,25 por cento pelo IPCA e, para 2020, a 4 por cento, nos dois casos com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. A medida é um esforço para mostrar a continuidade de uma política econômica mais austera.
As contas para a atividade econômica, por sua vez, mostraram manutenção da estimativa de que o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano crescerá 0,39 por cento. Mas, para 2018, houve piora, com a expansão estimada em 2 por cento, de 2,10 por cento antes.
(Por Camila Moreira)