Desde que tomou posse em julho de 2023, o diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, participou de 9 reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária). Votou com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em 8.
A taxa básica, a Selic, caiu de 13,25% para 10,50% ao ano no período em que Galípolo esteve na diretoria de Política Monetária do BC. Ele foi indicado para substituir Campos Neto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta 4ª feira (28.ago.2024).
Galípolo votou 7 vezes por uma redução de 0,5 ponto percentual no juro base e duas vezes pela manutenção em 10,50% ao ano.
LULA TERÁ MAIORIA EM 2025
A única reunião do Copom que divergiu de Campos Neto foi a de maio deste ano. Naquele mês, todos os indicados do governo Lula votaram por um corte de 0,5 ponto percentual na Selic, enquanto os integrantes mais antigos optaram por uma redução menor, de 0,25 ponto percentual.
O racha provocou uma reação negativa entre os agentes econômicos. Na reunião seguinte, de junho, todos os diretores votaram pela manutenção da Selic em 10,50% ao ano.
Campos Neto deixará o cargo em 31 de dezembro de 2024. Galípolo, se aprovado pelo Senado, ocupará a presidência do Banco Central a partir de 2025. O presidente Lula ainda poderá indicar outros 3 diretores para substituir os seguintes integrantes do Copom:
- Otavio Damaso, diretor de Regulação;
- Carolina de Assis Barros, Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta;
- Gabriel Galípolo, Política Monetária – que deixa o cargo para assumir a presidência.
Ao fim de 2024, o governo Lula terá indicado 7 dos 9 votos do Copom. Renato Dias (Organização do Sistema Financeiro e Resolução) e Diogo Abry Guillen (Política Econômica) foram indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Também nomeado pelo governo anterior, Campos Neto colecionou críticas de Lula e aliados petistas. Ele foi o 1º presidente sob a lei de autonomia do Banco Central, em vigor desde 2021.
GALÍPOLO E ALTA DE JUROS
Gabriel Galípolo foi alvo de críticas do PT (Partido dos Trabalhadores) em 14 de agosto deste ano, depois que sinalizou a possibilidade de alta da taxa Selic. O diretor falou sobre o assunto em outras oportunidades. Leia:
- BC não tem “sentimento perverso” de torcer contra o país, diz Galípolo;
- Diretor do BC não têm “constrangimento” em subir juros, diz Galípolo;
- Galípolo diz não acreditar em “grandes rupturas” na atuação do BC.
Nesta 4ª feira (28.ago), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a autoridade monetária fará o que for preciso para levar a inflação à meta de 3%. Agentes econômicos estimam a taxa Selic em 10,5% ao ano (patamar atual) até o fim de 2024, segundo o Boletim Focus do Banco Central.