Agência Brasil - O comércio varejista nacional recuou 1% em janeiro de 2020, frente a dezembro do ano passado, acumulando dois meses negativos seguidos, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada hoje (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o recuo mais intenso para o mês de janeiro desde 2016, quando o setor registrou queda de 2,6%.
Em relação a janeiro do ano passado, as vendas aumentaram 1,3%. Segundo o analista da pesquisa, Cristiano Santos, mesmo com essa alta, o resultado voltou a mostrar um quadro de perda de ritmo.
“É um crescimento, mas menor a cada ano. A taxa permanece 5,4% abaixo do nível recorde alcançado em outubro de 2014”, explicou, em nota, descartando, por enquanto, qualquer impacto da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) nos resultados divulgados hoje. “Precisamos esperar os resultados dos próximos meses para avaliar”.
Segundo o IBGE, na comparação com dezembro, duas atividades que puxaram o resultado para baixo foram hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com recuo de 1,2%; e combustíveis e lubrificantes, com queda de 1,4%.
Além desses segmentos, móveis e eletrodomésticos (-1,9%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,6%), e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,2%) foram outras três categorias em queda das oito pesquisadas. Para Cristiano Santos, “o recuo em janeiro é natural, por conta do rescaldo de datas comerciais do fim do ano, como a Black Friday e o Natal”.
Varejo ampliado
Já no comércio varejista ampliado, que inclui veículos e material de construção, o volume de vendas cresceu 0,6%, após dois meses de recuos consecutivos. Em relação a janeiro do ano passado, a alta foi mais intensa, de 3,5%, a décima taxa positiva seguida.
O volume de vendas de veículos, motos, partes e peças cresceu 8,5% frente a dezembro do ano passado, enquanto material de construção teve queda de 0,1%.
Em relação a janeiro de 2019, o comércio de veículos subiu 10,2%. De acordo com o analista do IBGE, o aumento se explica pela queda dos juros na aquisição de veículos para pessoas físicas a partir do segundo semestre de 2019.
Santos lembrou que a taxa de juros média foi de 19,7% para janeiro de 2020, enquanto em janeiro do ano passado era de 22,4%.