SÃO PAULO (Reuters) - A atividade industrial do Brasil atingiu em maio seu nível mais elevado em mais de quatro anos, em meio à aceleração econômica e maior volume de negócios.
O Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial, divulgado pelo divulgou o IHS Markit nesta quinta-feira, foi a 52 em maio, maior nível desde fevereiro de 2013, sobre 50,1 registrados em abril. Com isso, o indicador ficou acima da marca de 50, que separa expansão de contração.
"Muitos questionarão o quão longe pode ser a retomada conforme chegamos a meados de 2017, especialmente dado que as reformas econômicas críticas podem ser adiadas após notícias de alegações de corrupção envolvendo o presidente", afirmou a economista da Markit e autora do relatório, em nota, Pollyanna De Lima.
"É vital agora que o governo mantenha a sua agenda de reformas para evitar obstáculos na recuperação econômica", acrescentou.
Pelo levantamento, o volume de novos negócios --maior subcomponente do PMI-- avançou no ritmo mais rápido quase quatro anos e meio. Segundo a pesquisa, 30 por cento dos entrevistados registraram aumentos de pedidos.
O volume de produção da indústria brasileira também avançou e atingiu a taxa mais elevada desde o fevereiro de 2013, registrando crescimento pelo terceiro mês seguido.
O volume de novos projetos também subiu, o que incentivou os fabricantes a comprar quantidades maiores de insumos para utilizar no processo de produção.
Já o nível do emprego continuou recuando em maio, mas a taxa de corte de postos de trabalho foi a menor em pouco mais de dois anos. De acordo com o levantamento, 14 por cento dos empresários indicaram níveis mais baixos de empregos como iniciativa para reduzir custos, enquanto 12 por cento relataram avanço nas contratações como consequência de aumento dos negócios.
Em maio, os empresários ainda continuaram relatando aumento de custos, apesar de a inflação ter recuado no período. O setor industrial apontou avanço nos preços de matérias-primas por causa do enfraquecimento do real ante o dólar.
Apesar do cenário mais favorável, os empresários já estiveram mais otimistas. No levantamento, foi registrando queda na confiança pelo terceiro mês seguido, a 66,1, atingindo o patamar mais baixo até agora em 2017.
A expectativa para o futuro, no entanto, segue favorável. De acordo com a pesquisa, 64 por cento dos entrevistados indicaram expectativas positivas em relação ao desempenho futuro e esperam aumento no volume de produção.
(Por Luiz Guilherme Gerbelli)