RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O emprego na indústria brasileira avançou 0,4 por cento em dezembro e interrompeu oito meses seguidos de queda, mas ainda assim o total de pessoal ocupado assalariado no setor fechou 2014 com queda acumulada de 3,2 por cento, pior resultado em cinco anos.
O ano passado foi o terceiro seguido em que o número de pessoal ocupado na indústria acumulou queda anual, desta vez o pior recuo desde os 5 por cento vistos em 2009, pico da crise mundial.
Na comparação com dezembro de 2013, o emprego na indústria recuou 4,0 por cento, 39º resultado negativo consecutivo, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
O número de trabalhadores mostrou redução nos 14 locais pesquisados na comparação com dezembro de 2013, sendo o principal impacto negativo São Paulo, com 4,7 por cento.
"Claramente o que se vê é um ajuste das empresas à realidade do mercado e da demanda no país. Ao longo dos últimos anos o que se vê é uma produção industrial oscilante e isso afeta a geração de empregos no setor industrial", disse o economista do IBGE André Macedo.
"Nesses anos tivemos mais automatização e mecanização, e isso também contribuiu", completou ele.
Em relação ao número de horas pagas, estas recuaram 0,1 por cento sobre novembro, oitava queda seguida, e acumularam no ano passado queda de 3,9 por cento, também o resultado mais fraco desde 2009 (-5,3 por cento)
Na comparação com dezembro de 2013 o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria caiu 5,3 por cento, 19º taxa negativa.
A produção industrial brasileira fechou 2014 com queda de 3,2 por cento, o pior resultado em cinco anos e com forte debilidade dos investimentos.
(Por Rodrigo Viga Gaier, em São Paulo, e Camila Moreira, no Rio de Janeiro)