Por Jonathan Cable
LONDRES (Reuters) - As empresas da zona do euro iniciaram 2016 com muito mais fraqueza do que o esperado uma vez que os cortes de preços e o euro fraco falharam em alimentar a demanda, mostrou nesta sexta-feira a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
"Sob condições normais se esperaria que descontos e todo esse estímulo levasse a crescimento mais forte, mas isso está acontecendo sob o pano de fundo de que muitas partes do mundo estão vendo crescimento mais lento", disse o economista sênior do Markit Rob Dobson.
"Você pode colocar um monte de estímulo no mercado, mas se o resto do mundo está desacelerando é difícil ir contra essa tendência."
O PMI Composto preliminar da zona do euro, com base em pesquisas junto a milhares de empresas, caiu para a mínima em 11 meses de 53,5 ante 54,3 em dezembro.
Esse resultado deve amplificar os pedidos de mais afrouxamento da política monetária para impulsionar o crescimento e a inflação já que ele ficou abaixo de todas as previsões em pesquisa da Reuters, que indicava queda modesta para 54,2. O índice está acima da marca de 50 que separa crescimento de contração desde julho de 2013.
Mesmo com os cortes de preços, o crescimento do setor de serviços enfraqueceu. O PMI de serviços caiu para a mínima em um ano, de 53,6, bem abaixo da expectativa de que não houvesse mudança em relação aos 54,2 de dezembro.
O cenário foi similar para a indústria, com o PMI indo a 52,3 ante 53,2, abaixo de todas as expectativas na pesquisa da Reuters e a leitura mais baixa desde outubro.