👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Estágios da inflação: 5 perguntas para o BCE

Publicado 31.01.2022, 09:25
© Reuters. Sede do BCE em Frankfurt. Alemanha
12/03/2016. REUTERS/Kai Pfaffenbach/File Photo
CL
-

Por Dhara Ranasinghe

LONDRES (Reuters) - As taxas recordes de inflação na zona do euro significam que as pressões sobre os preços estarão no topo da agenda da próxima reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira.

Não há expectativas de ação imediata desde que o BCE, em dezembro, delineou planos de encerrar seu esquema de estímulo pandêmico de 1,85 trilhão de euros até o final de março.

Mas as pressões inflacionárias continuam fortes e os mercados querem saber se o BCE está se aproximando de uma postura mais "hawkish", ou agressiva no combate à inflação. Aqui estão cinco perguntas no radar para os mercados.

1. O BCE mudará sua linguagem sobre inflação?

Possivelmente. O BCE tem mudado lentamente sua linguagem e pode continuar a fazê-lo.

O economista-chefe do BCE, Philip Lane, disse na semana passada que o BCE apertaria a política monetária se houvesse previsões de que a inflação persistirá acima de sua meta de 2%, mas tal cenário parece menos provável por ora.

A inflação na área do euro atingiu 5% em dezembro, um patamar recorde, e deve cair novamente abaixo da meta no quarto trimestre.

Mas algumas autoridades veem essa projeção como excessivamente otimista. Dados de janeiro, que serão divulgados um dia antes da reunião do BCE, podem armar os "hawks" com novos argumentos para pressionar por uma mudança de tom. A ata da reunião de dezembro do BCE revelou profundas divisões sobre a inflação entre os formuladores de política monetária.

2. Um Fed mais agressivo pode forçar o BCE a acelerar a normalização?

Não é provável. A presidente do banco, Christine Lagarde, avalia que o BCE não precisa agir com tanta ousadia quanto o banco central dos EUA, dadas as diferentes condições econômicas. Os mercados de trabalho, por exemplo, estão muito mais apertados nos Estados Unidos.

"A zona do euro não é os EUA e não há sinais de superaquecimento doméstico", disse Katharine Neiss, economista-chefe da PGIM Fixed Income para a Europa.

Mas uma enxurrada de aumentos de juros nos EUA poderia complicar a vida do BCE se o Fed completar seu ciclo de aperto mais rápido do que no passado, deixando o BCE com menos tempo para agir.

3. O que o BCE pensa sobre as precificações de mercado para os aumentos de juros?

Lagarde pode negar as apostas de aumento de juros do mercado, que estão fora de sincronia com a postura de política monetária ultrafrouxa do BCE. Taxas de empréstimo mais altas nos mercados podem ser problemáticas se desencadearem condições financeiras mais apertadas para as empresas.

Os mercados monetários estão precificando um aumento de juros de 10 pontos-base até outubro. O Deutsche Bank prevê que o BCE começará com uma alta agressiva de 25 pontos-base em dezembro.

Mas o BCE basicamente descartou aumentos de juros neste ano. Seu objetivo é reduzir gradualmente a compra de ativos, mas não tem planos por enquanto de pará-las completamente e não aumentará os custos dos empréstimos antes de encerrar as aquisições de títulos.

4. Quando o BCE espera que surjam efeitos de segunda ordem da inflação?

Com a inflação mais alta por mais tempo do que o previsto e os preços do petróleo elevados, os formuladores de política monetária estão atentos a se isso vai desencadear demandas salariais mais altas, o que, por sua vez, intensificaria o avanço dos preços.

As autoridades têm enfatizado que não veem os salários respondendo significativamente à inflação. O governo da Alemanha acredita que a recuperação econômica e a inflação mais alta provavelmente levarão a um "crescimento salarial um pouco mais forte" neste ano.

"O argumento para salários mais altos é extremamente bom, pois estamos vendo mercados de trabalho mais apertados em lugares como Alemanha e Holanda. A questão é se será um caso isolado" disse Piet Haines Christiansen, estrategista-chefe do Danske Bank.

"Os salários são a peça que falta no quebra-cabeça, e se virmos inflação neles, teremos um aumento de juros. E isso pode acontecer já na primavera (no Hemisfério Norte) do ano que vem."

5. Como a mudança na resposta à pandemia afetará o quadro macro?

© Reuters. Sede do BCE em Frankfurt. Alemanha
12/03/2016. REUTERS/Kai Pfaffenbach/File Photo

A variante Ômicron do coronavírus pesou na economia, mas com a maioria dos países evitando lockdowns completos, os dados sugerem que a atividade está se mantendo relativamente bem.

Lane disse que o impacto da Ômicron será medido em semanas, não em meses.

Para os observadores do BCE, os sinais de que o impulso econômico está ganhando ritmo significam que a pressão para remover o estímulo rapidamente pode aumentar. Incertezas também obscurecem as perspectivas, em meio a dúvidas sobre como os altos preços do petróleo e uma desaceleração na China poderiam atrapalhar o crescimento.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.