Por Jessie Pang e Joyce Zhou
HONG KONG (Reuters) - Milhares de alunos de escolas e universidades de Hong Kong boicotaram as aulas e marcharam pacificamente a favor da democracia nesta segunda-feira, no mais recente ato de um movimento antigoverno que mergulhou a cidade controlada pela China em uma grave crise.
O boicote se seguiu a um final de semana marcado por alguns dos piores episódios de violência desde o início dos tumultos, uma vez que manifestantes queimaram barricadas e lançaram coquetéis molotov e a polícia retaliou com canhões de água, gás lacrimogêneo e cassetetes.
Milhares de estudantes se reuniram no campus montanhoso da Universidade Chinesa, revezando-se em discursos em um palco decorado com um fundo negro com as palavras "Estudantes em Boicote de União por nossa Cidade".
Eles pedem mais democracia na ex-colônia britânica, que foi devolvida à China em 1997 segundo a fórmula "um país, dois sistemas", que garante uma autonomia ampla que inclui o direito de protestar e um Judiciário independente.
Eles temem que estas liberdades estejam sendo erodidas lentamente por lideranças do Partido Comunista em Pequim, uma acusação que a China nega.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, reiterou o apoio de seu país à líder de Hong Kong, Carrie Lam.
O secretário da Educação, Kevin Yeung, disse aos repórteres que as escolas não são lugar para "fazer exigências políticas" ou tentar pressionar o governo.
Os estudantes compareceram em números significativos em protestos recentes, e também foram proeminente durante o movimento pró-democracia "Guarda-chuva" de 2014, que prenunciou as manifestações atuais.
(Por Jessie Pang, Joyce Zhou, Farah Master, Donny Kwok, Clare Jim e Twinnie Siu, em Hong Kong; e Ben Blanchard, em Pequim)