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Expectativas de inflação subiram com ruídos recentes, mas devem melhorar, diz Campos Neto

Publicado 27.05.2024, 14:09
© Reuters. Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em Nova Yorkn09/11/2023nREUTERS/Brendan McDermid

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira que as expectativas de inflação subiram em meio a ruídos recentes, mas que a autoridade monetária entende que ao longo do tempo deve haver uma estabilização e posterior melhora nas projeções de mercado.

Ele pontuou que as expectativas de inflação haviam melhorado quando o Conselho Monetário Nacional (CMN) manteve a meta de inflação em 3% para 2026, em meados do ano passado, mas que voltaram a subir posteriormente, inclusive com ruídos recentes.

"(A expectativa de inflação) voltou a subir... A gente entende que no longo prazo isso deve se estabilizar e voltar a melhorar", disse Campos Neto em evento promovido pelo grupo Lide, em São Paulo.

O tom ligeiramente mais otimista em relação às expectativas por parte do presidente do BC veio em um dia em que o relatório Focus da autarquia mostrou nova piora nas expectativas de inflação do mercado para este ano e o próximo e um aumento inédito da expectativa para 2026, com todas as projeções firmemente acima da meta.

Campos Neto ressaltou que a percepção de que as expectativas estavam desancoradas foi muito importante para a decisão do BC de reduzir o ritmo do afrouxamento monetário em sua reunião deste mês.

Entre os fatores que contribuem para a desancoragem, ele citou ruídos relacionados às contas públicas no Brasil, a credibilidade do Banco Central e especulações sobre o compromisso com a meta de inflação. As dúvidas sobre quando o Federal Reserve começará a reduzir os juros foi outro fator que influenciou as expectativas.

"Precisamos ver como o cenário externo vai se comportar. Parece que teremos queda de juros (nos EUA) no fim do ano", disse.

Segundo ele, outro fator de ruído é a incerteza sobre o impacto fiscal do socorro emergencial ao Rio Grande do Sul, mas Campos Neto ponderou que essas dúvidas também devem diminuir com o tempo.

"Tem preocupação dos investidores com preços de alimentos, um pouco pelo que aconteceu no Rio Grande do Sul", acrescentou.

Ele afirmou, contudo, que a inflação no Brasil está convergindo para a meta, e se comportando de forma benigna no curto prazo.

Sobre a decisão dividida na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) -- em que cinco dirigentes votaram pelo corte de 25 pontos-base da taxa básica Selic e quatro votaram por 50 pontos-base -- Campos Neto defendeu que ela foi técnica, e não política.

"O tempo vai fazer as pessoas entenderem que a decisão é técnica", afirmou, acrescentando que no caso da mudança de comando no BC no próximo ano "o tempo vai tratar de endereçar".

Ele reconheceu que a divisão de votos do Copom gerou ruídos, mas ressaltou que a divergência girou em torno da questão do "forward guidance" (indicação futura), e não quanto aos condicionantes do cenário.

"Achamos que ao longo do tempo, com nossa comunicação, as pessoas vão entender que a divisão do Copom foi técnica", reforçou, reconhecendo ainda que a decisão mais recente "acabou influenciando a inflação implícita".

Campos Neto defendeu ainda que o BC mantenha a serenidade, mostre que a decisão recente sobre a Selic foi técnica e não brigue com as expectativas.

CENÁRIO EXTERNO

Em sua apresentação, Campos Neto pontuou que, no caso do cenário global, a preocupação "número 1" dos investidores é com a inflação.

"Patamares de inflação no mundo desenvolvido estão muito acima da média; nos emergentes, nem tanto", disse. "A inflação nos EUA tem sido grande tema, um fator predominante no movimento de reprecificação no mundo inteiro", acrescentou.

© Reuters. Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em Nova York
09/11/2023
REUTERS/Brendan McDermid

Campos Neto avaliou ainda que, apesar da inflação, o Fed está numa situação "relativamente confortável" neste momento, porque a economia vai bem.

"Não tem pressão tão grande para o Fed cortar juros neste momento", afirmou.

 

(Por Fabrício de Castro, reportagem adicional de Bernardo Caram)

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