BERLIM (Reuters) - O valor das exportações alemãs saltou 4,5% em junho, atingindo um nível recorde, embora economistas tenham alertado que grande parte do aumento provavelmente se deve à alta dos preços.
As exportações subiram pelo terceiro mês consecutivo, superando a expectativa de um aumento de 1% e elevando o superávit comercial sazonalmente ajustado da Alemanha para 6,4 bilhões de euros em junho, bem acima da projeção de um superávit de 2,7 bilhões de euros.
Dados preliminares do mês passado mostraram que a Alemanha registrou seu primeiro déficit comercial em mais de 30 anos, mas o valor negativo de maio de 1,0 bilhão de euros foi revisado na quarta-feira para um superávit de 0,8 bilhão de euros.
"Esses números devem ser considerados com um grão de areia", disse Thomas Gitzel, do VP Bank, indicando que os aumentos de preços podem elevar os volumes nominais de exportação sem que mais mercadorias tenham sido exportadas. "Ajustado pelos preços, pouco deve restar do crescimento das exportações."
A economia alemã estagnou no segundo trimestre, com a guerra na Ucrânia, a pandemia e as interrupções no fornecimento, levando a maior economia da Europa à beira de uma recessão.
A Associação das Câmaras de Indústria e Comércio Alemãs (DIHK) alertou que a indústria alemã, dependente das exportações, enfrenta um segundo semestre difícil.
"Interrupções na cadeia de oferta e altos custos de energia, matérias-primas e insumos importados continuam a dificultar a produção", disse a especialista em comércio exterior da DIHK, Carolin Herweg.
"Além disso, o arrefecimento das economias de importantes parceiros de exportação, como Estados Unidos, China ou zona do euro, também está diminuindo a demanda por produtos 'Feitos na Alemanha'."
(Reportagem de Rene Wagner)