Por Elias Glenn
PEQUIM (Reuters) - As exportações da China saltaram inesperadamente no ritmo mais rápido em três anos em fevereiro, sugerindo que o crescimento da economia tanto doméstica quanto global continua resiliente mesmo que as relações comerciais com os Estados Unidos se deteriorem rapidamente.
As tensões comerciais passaram para o topo da lista de riscos para a China neste ano, com as planejadas tarifas dos EUA sobre o aço e o alumínio sinalizando que mais medidas podem estar a caminho, disse nesta semana o economista sênior do Commerzbank Zhou Hao ao Fórum Global de Mercados da Reuters.
As exportações da China em fevereiro saltaram 44,5 por cento sobre o ano anterior, bem mais do que a expectativa de analistas de aumento de 13,6 por cento e do ganho de 11,1 por cento visto em janeiro, mostraram dados oficiais divulgados nesta quinta-feira.
As importações cresceram 6,3 por cento, abaixo da expectativa de 9,7 por cento e contra um salto de 36,9 por cento em janeiro.
Analistas alertam que os primeiros dados chineses no ano podem ser bastante distorcidos devido à data em que cai o feriado do Ano Novo Lunar, neste ano em fevereiro mas que foi em janeiro em 2017.
Mas os dados combinados de janeiro e fevereiro também mostraram uma aceleração dramática no crescimento das exportações, boa notícia para Pequim no momento em que tenta controlar os riscos sobre o sistema financeiro sem afetar a atividade econômica.
As exportações subiram 24,4 por cento entre janeiro e fevereiro na base anual, contra 10,8 por cento em dezembro e ante crescimento de um dígito no mesmo período do ano anterior. Os ganhos aconteceram apesar de um iuan muito mais forte, o que preocupa os exportadores do país.
"A recuperação nos principais mercados exportadores da China pode explicar parte dos motivos pelos quais as exportações da china ainda estão bastante fortes", disse Betty Wang, economista Sênior do ANZ.