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Financiamento imobiliário no Brasil cai 33% em 2015 e recuará mais este ano, diz Abecip

Publicado 26.01.2016, 14:23
© Reuters.  Financiamento imobiliário no Brasil cai 33% em 2015 e recuará mais este ano, diz Abecip

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - O volume de empréstimos imobiliários no Brasil com recursos da poupança caiu 33 por cento em 2015 e deve voltar a cair em 2016, além de ficar mais caro, previu nesta terça-feira a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), refletindo a recessão do país e escassez de recursos baratos, que estão pesando sobre construtoras e potenciais mutuários.

Segundo a entidade, o volume financiado pelo setor no ano passado somou 75,6 bilhões de reais, ante 112,9 bilhões de reais em 2013. Em dezembro, foram liberados 4,8 bilhões de reais, 55,2 por cento a menos que um ano antes.

Para 2016, os financiamentos do setor devem cair mais 20,6 por cento, a 60 bilhões de reais, previu o presidente da Abecip, Gilberto Duarte de Abreu Filho, ressaltando que o cenário econômico impôs uma forte correção no setor, após vários anos de expansão acelerada apoiada em juros baixos e incentivos governamentais.

Segundo o executivo, a queda de 8,4 por cento do PIB da construção civil em 2015 até setembro, mais que o dobro da queda do PIB brasileiro no período, reflete o peso maior do cenário econômico adverso sobre a confiança de consumidores e empresários do setor, dado o perfil de longo prazo.

Com a expectativa de aumento do desemprego, juros elevados e volume menor de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE), além da maior prudência dos bancos na concessão de recursos, o mercado imobiliário todo deve gradualmente se ajustar a patamares inferiores, disse ele.

"Estávamos no mesmo ritmo de produção dos Estados Unidos em seu melhores anos", disse Abreu Filho. "O mercado continuará passado por ajustes nos próximos anos."

Após ter crescido quase 800 por cento em nove anos até 2014, quando o número de imóveis financiados pelo SBPE chegou a 538 mil unidades, no ano passado este número caiu para 342 mil, movimento pontuado por menores vendas e lançamentos.

Um dos responsáveis por esse revés foi a saída líquida em 2015 de 50 bilhões de reais da caderneta de poupança, maior fonte de financiamento imobiliário do país. Com isso, o estoque de financiamentos, que vinha subindo sem parar desde 2002, teve no ano passado uma queda de 2,5 por cento, a 509 bilhões de reais.

A saída de recursos da poupança aconteceu paralelamente ao ciclo de aumento da taxa de juros no país, hoje em 14,25 por cento. A poupança rende 6 por cento anuais, mais TR.

Diante desse cenário, os bancos seguirão seletivos na concessão de empréstimos em 2016, e exigindo uma entrada maior do tomador, disse Abreu Filho.

Para não depender exclusivamente da poupança, os bancos devem buscar recursos no mercado por meio de instrumentos como Letra de Crédito Imobiliário (LCI).

"Ou o mercado vai se submeter aos recursos da poupança ou terá que mesclar a fonte de financiamento com recursos do mercado", disse o presidente da Abecip. "Nesse caso, o resultado deve ser o encarecimento do crédito para o tomador."

Outro desdobramento desse quadro deve ser o aumento do desemprego no setor. A Abecip diz que os prédios residenciais têm um período médio de três anos para serem concluídos.

"O setor teve queda de mais de 30 por cento no volume de construção em 2015. Se esse patamar for mantido, a tendência é que a redução de mão de obra seja equivalente", disse.

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado na semana passada, o setor de construção civil teve perda líquida de 416.959 postos de trabalho em 2015.

NOVO ÍNDICE

Um dos desdobramentos desse processo deve ser a pressão sobre os preços dos imóveis, especialmente os usados, modalidade cujo financiamento teve queda mais acentuada em 2015, de 50 por cento.

Para acompanhar a evolução dos preços no setor, a Abecip vai lançar em 2016 um novo índice, que considerará o valor da venda de imóveis. Atualmente há diversos indicadores públicos que se baseiam no preço ofertado.

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