Investing.com - A aproximação do final de 2019 ainda permite correções nas expectativas dos analistas de mercado conforme a última publicação do Boletim Focus pelo Banco Central nesta segunda-feira (09). Os analistas consultados confirmam a tendência de expectativa que prevê melhora da atividade econômica neste ano, já refletida nos números do PIB do 3º trimestre.
O levantamento realizado pela autoridade monetária aponta o crescimento no país no ano deve ser de 1,10% e não mais 0,99%, como era esperado até a semana passada. Foi a quinta semana consecutiva de alta nas projeções em relação à atividade econômica. Há quatro semanas, a estimativa era que o PIB tivesse avanço de 0,92%.
Para 2020, a aposta também subiu, de 2,22% para 2,24%, a quinta semana seguida de alta. Há quatro semanas, a aposta era de um crescimento de 2,08% para o ano que vem.
Os analistas ouvidos pelo BC também elevaram as projeções do IPCA para o fechamento do ano, com a aposta indo de 3,52% para 3,84%, sendo que há quatro semanas a aposta era de 3,31%, ainda abaixo do centro da meta de 4,25% e dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Na sexta-feira, o IBGE divulgou que Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro teve variação de 0,51%, enquanto, em outubro, havia registrado 0,10%. Este foi o maior resultado para um mês de novembro desde 2015, quando o IPCA ficou em 1,01%. O acumulado do ano foi para 3,12% e o dos últimos doze meses, para 3,27%, acima dos 2,54% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2018, a taxa fora de -0,21%.
A aceleração no grupo Alimentação e bebidas (0,72%) deveu-se, principalmente, à alta das carnes (8,09%), que exerceu o maior impacto individual (0,22 p.p) no IPCA de novembro. Com isso, a alimentação no domicílio, que havia registrado deflação (-0,03%) em outubro, subiu 1,01% em novembro.
O impacto da pressão sobre os níveis de preço se restringe no curto prazo. Para 2020, os analistas mantiveram as mesmas projeções do IPCA da semana passada, estimando uma alta de 3,60%, também abaixo do centro da meta de 4% estabelecido para o ano que vem. Há quatro semanas, os economistas também projetavam alta de 3,60% no índice de preços para o ano que vem.
Com isso, manteve-se inalterada a projeção da Selic para este ano e 2020. os analistas projetam uma Selic a 4,50% em 2019 e em 4,50% em 2020, apostando em mais um corte de 0,50 ponto percentual na reunião de política monetária de dezembro - e sinalizada pela autoridade monetária no último encontro, mantendo-a neste nível durante todo o ano que vem.
Em relação ao dólar, apesar de cair após bater as máximas intradiárias e atingir recordes durante novembro, as estimativas para a moeda americana no fim do ano teve elevação. A moeda americana deve fechar o ano a R$ 4,15, contra R$ 4,10 da semana anterior. Para o encerramento de 2020, a aposta foi elevada de R$ 4,01 para R$ 4,10. Os analistas incorporaram nas estimativas a intensificação do fluxo cambial negativo, devido à sazonalidade de fim de ano, quando há mais saída de recursos estrangeiros que entrada para pagamento de lucros das multinacionais a suas sedes nos exteriores. No acumulado do ano até novembro, o fluxo cambial registra saída líquida de US$ 27,156 bilhões, enquanto no acumulado em 12 meses até novembro teve saída de US$ 39,913 bilhões.