SÃO PAULO (Reuters) - Os analistas reduziram novamente a expectativa para a taxa básica de juros ao final deste ano, a 8 por cento, sobre previsão anterior de 8,25 por cento, com apostas de que o Banco Central vai manter o ritmo de corte da Selic neste mês diante do cenário de inflação cada vez mais baixa.
Segundo a pesquisa Focus do BC divulgada nesta segunda-feira, no Top-5 --grupo que mais acerta as previsões-- a expectativa é de que a Selic recue ainda mais e encerre este ano em 7,75 por cento, na mediana das projeções, sobre 8 por cento na leitura anterior. Atualmente, a taxa está em 10,25 por cento.
Diante desse cenário, os economistas consultados pela pesquisa também projetam que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve ser mais agressivo na reunião da próxima semana do que se esperava antes e reduzir a Selic em 1 ponto percentual, ante a expectativa de corte 0,75 ponto percentual.
Além disso, os analistas esperam agora mais dois cortes seguidos de 0,50 ponto cada e outro de 0,25 ponto, fechando o ano a 8 por cento.
No cenário de 2018, a projeção do mercado para a Selic permaneceu em 8 por cento. O Top-5 vê os juros em 7,75 por cento no próximo ano, na mediana das projeções, sobre 7,88 por cento na semana anterior.
A redução da expectativa para a taxa básica de juros vem na esteira da fraqueza da inflação. A projeção para de alta do IPCA neste ano passou a 3,29 por cento, ante 3,38 por cento, segundo o Focus. Para o ano que vem, a estimativa é de 4,20 por cento, ante 4,24 por cento.
Em ambos os casos, abaixo do centro da meta, de 4,5 por cento, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
O Focus mostrou ainda que, ainda pela mediana das expectativas, o mercado passou a projetar deflação de 0,23 por cento neste ano, contra alta de 0,34 por cento calculada no levantamento anterior. Para 2018, as contas permaneceram em alta de 4,5 por cento.
Para o crescimento econômico, os analistas mantiveram projeção da avanço do Produto Interno Bruto (PIB) de 2017 a 0,34 por cento e de 2 por cento para 2018.
(Por Luiz Guilherme Gerbelli)