SÃO PAULO (Reuters) - Os economistas que mais acertam as previsões na pesquisa Focus do Banco Central, o chamado Top 5, passaram a ver a Selic menor neste ano e com a autoridade monetária mantendo o ritmo forte de corte na taxa básica de juros no curto prazo, em meio ao cenário de inflação bem comportada e atividade econômica ainda lenta.
Agora, o Top 5 vê a Selic fechando 2017 a 7,50 por cento, sobre previsão de 7,75 por cento feita na pesquisa anterior, com o Comitê de Política Monetária (Copom) fazendo mais um corte de 1 ponto percentual na sua reunião de setembro, mantendo o ritmo das três anteriores. Até então, as estimativas eram de redução de 0,75 ponto percentual.
Na sequência, a expectativa é que BC faça redução de 0,50 ponto percentual em outubro e dois cortes de 0,25 ponto percentual em dezembro e em janeiro, movimento que não mudou sobre o Focus anterior.
Com isso, os economistas do Top 5 projetaram que a taxa básica de juros deve ficar em 7,25 por cento no final de 2018, também abaixo da previsão anterior de 7,50 por cento, nas contas a médio prazo. Se esse quadro se confirmar, a taxa básica de juros voltaria para o nível mais baixo já registrado.
Os ajustes na projeção da Selic ocorrem depois de o Copom ter reduzido, na semana passada, a taxa básica de juros em 1 ponto, para 9,25 por cento, e sinalizado que pode manter o ritmo na próxima reunião. A ata do encontro será divulgada nesta terça-feira e deve dar indícios sobre os próximos passos.
Segundo o Focus, no agregado, os analistas consultados mantiveram a projeção de que a Selic vai encerrar este ano em 8 por cento, mas reduziram a estimativa para o ano que vem a 7,75 por cento, abaixo dos 8 por cento esperados até então.
Os economistas ainda elevaram levemente a expectativa para a inflação deste ano, com o IPCA encerrando o ano com alta de 3,40 por cento, um pouco acima da pesquisa anterior, de 3,33 por cento. Para 2018, a inflação, segundo os economistas, deve ficar em 4,20 por cento.
Para a atividade econômica, os economistas mantiveram a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano a 0,34 por cento, depois de dois anos seguidos de recessão, e a de 2018 em 2 por cento.
(Por Luiz Guilherme Gerbelli)