Por Ellen Zhang e Joe Cash e Liangping Gao
PEQUIM (Reuters) - O setor imobiliário da China piorou em novembro uma vez que o sentimento negativo dos compradores de imóveis residenciais e as incorporadoras endividadas reduziram as vendas e os investimentos, enquanto a atividade mais ampla do setor de varejo ficou abaixo previsões, sugerindo que são necessárias mais medidas apoio para sustentar a demanda.
A segunda maior economia do mundo tem tido dificuldades para registrar uma forte recuperação pós-Covid, uma vez que os problemas no mercado imobiliário, os riscos da dívida dos governos locais e o enfraquecimento da demanda global diminuíram o ímpeto.
Embora o gigante asiático tenha crescido mais rápido do que o esperado no terceiro trimestre, a demanda doméstica permaneceu morna e os fabricantes tiveram que dar descontos nos preços para encontrar compradores.
Uma série de medidas de apoio mostrou-se apenas modestamente benéfica, aumentando a pressão sobre as autoridades para que implementem mais estímulos, conforme analistas afirmam que diferentes partes da economia estão funcionando em velocidades diferentes e que problemas de longa data persistem.
Os preços das casas novas na China caíram pelo quinto mês consecutivo em novembro, segundo dados da Agência Nacional de Estatísticas divulgados nesta sexta-feira, enquanto o investimento em imóveis caiu 9,4% de janeiro a novembro em relação ao ano anterior, após uma queda de 9,3% de janeiro a outubro.
A produção industrial cresceu 6,6% em novembro em relação ao ano anterior, mais rápido do que o ganho de 4,6% em outubro e superando as expectativas de um aumento de 5,6% em pesquisa da Reuters. Esse também foi o crescimento mais forte desde setembro de 2022.
As vendas no varejo cresceram 10,1% em novembro, acelerando em relação ao aumento de 7,6% em outubro, mas não atenderam às expectativas dos analistas de um salto de 12,5%, alimentado principalmente pelo efeito de base baixa em 2022, quando as restrições da Covid afetaram consumidores e empresas.
Analistas adotaram uma postura cautelosa em relação à melhoria dos dados de produção, que foi impulsionada pelo crescimento mais rápido em automóveis e por geração de energia, observando que a deflação nas fábricas se aprofundou no mês passado e que uma recuperação econômica completa ainda está longe.
"O mercado esperava que as políticas pró-crescimento dessem frutos rapidamente, o que ainda não foi efetivamente traduzido em crescimento de curto prazo devido às restrições da transmissão de política monetária e da confiança das empresas", disse Bruce Pang, economista-chefe da Jones Lang Lasalle.
(Reportagem adicional de Liz Lee)