WASHINGTON (Reuters) - Os gastos dos consumidores norte-americanos aumentaram firmemente em dezembro, mas os ganhos fracos de renda apontaram para um crescimento moderado do consumo este ano, o que poderia limitar a economia a uma trajetória lenta de crescimento.
O Departamento de Comércio dos Estados Unidos informou nesta sexta-feira que os gastos dos consumidores, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica norte-americana, avançaram 0,3% no mês passado, com as famílias gastando mais em assistência médica após um aumento não revisado de 0,4% em novembro.
O aumento dos gastos do consumidor no mês passado ficou em linha com as expectativas dos economistas.
Os dados foram incluídos no relatório do Produto Interno Bruto dos EUA do quarto trimestre, publicado na quinta-feira. O governo informou que o crescimento dos gastos do consumidor diminuiu para uma taxa anualizada de 1,8% no último trimestre, depois de se expandir a um ritmo acelerado de 3,2% no período de julho a setembro.
A economia cresceu a uma taxa de 2,1% nos últimos três meses de 2019, mantendo o ritmo do terceiro trimestre.
O arrefecimento dos gastos dos consumidores diante de uma queda acentuada nos investimentos das empresas provavelmente coloca a economia numa trajetória de crescimento mais baixo em 2020. Ainda assim, uma recessão é improvável no curto prazo, à medida que a economia recebe apoio dos três cortes de juros pelo Federal Reserve no ano passado.
O banco central dos EUA manteve os juros na quarta-feira, com o chairman do Fed, Jerome Powell, dizendo a repórteres que espera "que o crescimento econômico moderado continue", mas também reconheceu alguns riscos, incluindo o recente surto de coronavírus na China
Embora a inflação mensal tenha aumentado no mês passado, as pressões sobre os preços permaneceram fracas. Os preços ao consumidor medidos pelo índice PCE aumentaram 0,3% no mês passado, o maior ganho desde abril.
O índice PCE foi impulsionado por uma alta de 1,5% no custo dos preços de bens e serviços de energia. Os preços dos alimentos permaneceram inalterados.
O índice de preços PCE subiu 0,1% em novembro. Nos 12 meses encerrados em dezembro, o índice avançou 1,6%, após ganhar 1,4% nos 12 meses até novembro.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice subiu 0,2% no mês passado, após alta de 0,1% nos quatro meses anteriores. Isso elevou o aumento anual do chamado núcleo do PCE para 1,6% em dezembro, ante 1,5% em novembro.
O núcleo do índice PCE é a medida de inflação preferida do Federal Reserve. Ele ficou abaixo da meta de 2% do banco central dos EUA todos os meses de 2019.
A renda pessoal ganhou 0,2% no mês passado, após um aumento de 0,4% em novembro, enquanto os salários subiram 0,3%, ante alta de 0,4% no mês anterior.
(Por Lucia Mutikani)