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Governo central tem pior déficit primário para fevereiro, a R$26,263 bi

Publicado 30.03.2017, 19:35
© Reuters. Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles

BRASÍLIA (Reuters) - O governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de 26,263 bilhões de reais em fevereiro, divulgou o Tesouro nesta quinta-feira, pior resultado para o mês da série histórica iniciada em 1997, em meio à queda das receitas com a Previdência e aumento das transferências com Estados e municípios.

O dado veio pior que a projeção de analistas de saldo negativo em 20,1 bilhões de reais, segundo pesquisa Reuters.

No mês passado, a Previdência mostrou déficit de 13,548 bilhões de reais, enquanto Tesouro e BC registraram saldo negativo de 12,715 bilhões de reais.

De modo geral, as receitas líquidas totais do governo central tiveram recuo de 2,2 por cento sobre fevereiro do ano passado, em termos reais, a 69,145 bilhões de reais.

A retração foi puxada pela queda de 3,2 por cento na arrecadação para o Regime Geral de Previdência Social na mesma base de comparação, enquanto as transferências por repartição de receita subiram 7,4 por cento.

As despesas em fevereiro também caíram, mas em menor magnitude, a 1,5 por cento sobre igual mês do ano passado, somando 95,408 bilhões de reais.

De um lado, houve diminuição nas despesas discricionárias (-10,9 por cento) e em outras despesas obrigatórias (-17,3 por cento), linha que inclui gastos com abono e seguro desemprego, que sofreram forte redução no mês. Por outro lado, os benefícios previdenciários continuaram em alta (+4,6 por cento), bem como as despesas com pessoal e encargos sociais (+8,4 por cento).

Nos dois primeiros meses do ano, o déficit somou 7,222 bilhões de reais, menor que o rombo de 10,167 bilhões de reais em igual período de 2016.

A meta do governo central neste ano é de déficit primário de 139 bilhões de reais, quarto resultado consecutivo no vermelho das contas públicas.

© Reuters. Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles

Na véspera, o governo contingenciou 43 bilhões de reais no Orçamento de 2017 para cumprir o objetivo, ao mesmo tempo em que elevou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para cooperativas de crédito e fim da desoneração da folha de pagamentos para diversos setores da economia.

(Por Marcela Ayres)

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