BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal anunciou nesta quarta-feira a venda de 20 imóveis públicos em sete Estados avaliados em 94,4 milhões de reais em medida adotada no âmbito da reforma administrativa e para fazer caixa em um momento de ajuste fiscal, ao mesmo tempo que apresentou um plano de construção de novos prédios públicos.
O ministério também indicou a alienação de outros 679 imóveis, que poderão gerar uma receita de 1,7 bilhão de reais no próximo ano.
"Em momento de reestruturação fiscal, de adequação do orçamento à realidade de restrição financeira, é esse o momento que o governo tem que melhorar gestão do seu patrimônio", disse o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, ao apresentar as condições para a venda dos bens.
Entre os imóveis ofertados constam prédios e salas comerciais, apartamentos, casas, um armazém e um hotel. Duas unidades estão ocupadas. A maior parte dos bens está localizada no Rio de Janeiro, seguida por Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais e Amazonas.
O anúncio da venda de um lote elevado de imóveis foi feita em um momento de fraqueza do mercado imobiliário.
Questionado sobre a vantagem da oferta desses ativos da União numa conjuntura de preços em queda, o ministro comentou que a maior parte das vendas ocorrerá a partir de 2016, quando se espera que a economia esteja em melhores condições que as atuais.
"O valor desse ano (de 94,4 milhões de reais) é o início de um processo. Temos o ano todo de 2016 para realizar as demais licitações e leilões e tenho certeza que o mercado imobiliário vai estar em melhor situação, porque tenho certeza que a economia brasileira também vai estar em melhor situação", avaliou o ministro.
Simultaneamente, o governo planeja construir seis anexos em prédios da Esplanada dos Ministérios e uma segunda sede da Receita Federal.
Também fará reforma de dois prédios públicos de Brasília, sendo um na Esplanada dos Ministérios, em gasto estimado de 1,463 bilhão de reais com a melhoria.
De acordo com o Planejamento, no prazo de 12 anos o custo com a construção dos anexos será de 1,260 bilhão de reais, e a previsão é de uma economia de 1,363 bilhão com redução da despesa de aluguel, conforme consta em nota divulgada pela pasta.
Barbosa disse que essas obras serão feitas após o governo obter parte dos recursos com a alienação dos imóveis.
(Reportagem de Luciana Otoni; Edição de Raquel Stenzel)