Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) -A atividade econômica brasileira superou as expectativas e voltou a crescer em agosto, dando continuidade à resiliência mostrada na primeira metade do ano, embora o dado do mês anterior tenha sido revisado para baixo.
O Banco Central informou nesta segunda-feira que o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 0,2% em agosto sobre o mês anterior, em dado dessazonalizado.
A leitura foi melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de estabilidade, marcando uma retomada ante a queda de 0,6% de julho. No entanto, esse dado foi revisado pelo BC de recuo de 0,4% informado antes.
Os dados do IBC-Br mostram ainda que, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o índice teve alta de 3,1% em agosto, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 2,5%.
Depois de surpreender com resultados melhores do que o esperado no primeiro semestre, a expectativa é de que a economia perca um pouco de força na segunda metade do ano diante da redução de estímulos fiscais,
A economia aquecida é um dos pontos de atenção do Banco Central devido à pressão inflacionária. No mês passado, o BC elevou a taxa de juros Selic em 0,25 ponto percentual, a 10,75%, e deve realizar novos aumentos nas duas últimas reuniões do ano.
A autoridade monetária ainda revisou sua projeção para o PIB deste ano a um crescimento de 3,2%, ante patamar de 2,3% antes. Isso depois de o Ministério da Fazenda ter previsto expansão de 3,2% da economia.
Pesquisa Focus realizada pelo Banco Central mostra que a expectativa para a expansão do PIB este ano é de 3,01%, indo a 1,93% em 2025.
Em agosto, a produção industrial do Brasil voltou a crescer, a uma taxa de 0,1% sobre o mês anterior. No entanto, as vendas varejistas tiveram queda de 0,3%, ainda que menor do que a esperada, e o volume de serviços frustrou a expectativa de ganhos para marcar uma retração de 0,4% em agosto.
O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.
(Por Camila MoreiraEdição de Eduardo Simões e Pedro Fonseca)