IFI alerta para esforço extra de R$ 27,1 bi para cumprir meta de 2025

Publicado 23.10.2025, 12:54
© Reuters.  IFI alerta para esforço extra de R$ 27,1 bi para cumprir meta de 2025

A IFI (Instituição Fiscal Independente), do Senado Federal, alertou para a necessidade de um esforço fiscal calculado em R$ 27,1 bilhões para cumprir a meta estabelecida na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2025.

A LDO de 2025 fixou meta zero para o resultado primário, com tolerância de deficit ou superavit de até 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto) do país.

Conforme o relatório da IFI, que usou dados da STN (Secretaria do Tesouro Nacional) e do Portal Siga Brasil, foi acumulado um deficit primário de R$ 100,9 bilhões de janeiro a setembro de 2025.

Mas os abatimentos legais –em outras palavras, as despesas que a lei permite que sejam retiradas da conta da meta fiscal– foram de R$ 42,8 bilhões. Descontados os abatimentos, o resultado válido para a meta fica em R$ 58,1 bilhões negativos.

Considerando a margem de tolerância estipulada de 0,25% do PIB (R$ 31 bilhões), o esforço necessário cai de R$ 58,1 bilhões para R$ 27,1 bilhões. Ou seja, para cumprir a meta fiscal, esse é o valor de resultado primário positivo que o governo precisa apresentar de outubro a dezembro.

Segundo a IFI, as receitas primárias do governo registraram um crescimento de 3,8% em termos reais, nos primeiros 9 meses de 2025. No mesmo período de 2024, a alta real foi de 7,2%. Já em relação à despesa primária, o crescimento foi de 2,8% em termos reais no acumulado até setembro, enquanto no mesmo intervalo em 2024, foi de 6,5%.

A IFI indicou o pagamento de benefícios previdenciários, a despesa de pessoal, o pagamento de BPC (Benefício de Prestação Continuada), a complementação do Fundeb (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica), os subsídios e o Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária) como principais contribuidores para a despesa primária.

RISCOS PARA A META FISCAL

O relatório apontou também que a derrubada pela Câmara da MP (Medida Provisória) do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) aumenta o risco de não cumprimento da meta fiscal.

Uma das maiores derrotas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a derrubada da MP 1.303, de 2025, fez com que o governo perdesse cerca de R$ 10,6 bilhões em arrecadação previstas para 2025.

Contribui também para o risco de descumprimento da meta a perspectiva de desaceleração da atividade econômica no 2º semestre deste ano. Tanto a perda de arrecadação com a revogação da MP quanto a redução do ritmo da economia devem impactar a receita primária.

A IFI inclui também como outro fator de risco o resultado primário das empresas estatais não dependentes. “Essas empresas têm apresentado deficit primário desde abril de 2024. No acumulado de 12 meses até agosto de 2025, o deficit alcançou R$ 8,9 bilhões, segundo dados do Banco Central”, afirmou a instituição no documento.

As projeções para o 4º bimestre para as empresas estatais apresentaram uma piora de R$ 2,7 bilhões em comparação ao 3º bimestre por causa do resultado esperado nos Correios. A expectativa de superavit de R$ 0,7 bilhão no 3º bimestre para a ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) passou para um deficit de R$ 2,4 bilhões no 4º bimestre. Com isso, a projeção para o deficit primário das estatais aumentou de R$ 6,5 bilhões para R$ 9,2 bilhões.

“Embora um deficit primário das empresas estatais não represente necessariamente um prejuízo contábil, a sequência de deficits primários dessas empresas indica uma tendência preocupante”, afirmou o relatório.

REFORMA NO IR

A IFI também avaliou o impacto da reforma do IR (Imposto de Renda) aprovada pela Câmara em 1º de outubro. O projeto amplia a faixa de isenção de IR para quem ganha até R$ 5.000 mensais.

Para compensar a perda de arrecadação, foram criados dispositivos, como uma retenção de 10% na fonte sobre lucros e dividendos acima de R$ 50.000 por mês, além de um redutor fixado para evitar bitributação excessiva.

Segundo a IFI, as estimativas sugerem que o conjunto de medidas, tanto no projeto original, quanto na versão aprovada pela Câmara “tendem à neutralidade fiscal, condicionada à efetiva arrecadação das medidas compensatórias e ressalvando-se a elevada sensibilidade dos resultados às premissas comportamentais adotadas”.

Leia mais em Poder360

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.