Madri, 13 jun (EFE).- O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, anunciou nesta quarta-feira que enviou uma carta aos líderes da União Europeia (UE) em que pede maior integração fiscal e bancária e que o Banco Central Europeu atue com urgência diante das pressões dos mercados.
O chefe do Executivo anunciou pessoalmente o envio da carta durante um pronunciamento uma sessão no Parlamento.
Rajoy também disse que fará o mesmo pedido aos líderes da Alemanha, França e Itália em 22 de junho na reunião que acontecerá em Roma, anterior à cúpula de líderes da UE.
O primeiro-ministro afirmou que remeteu a carta ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e ao do Conselho da UE, Herman Von Rompuy.
A carta contém as cinco contribuições que a Espanha quer fazer ao debate do Conselho Europeu programado para ocorrer Bruxelas, entre os dias 28 e 29 de junho, sobre a direção que deve tomar a integração europeia.
"Acho que a Europa deve ter maior integração fiscal e bancária, apostando na resolução dos problemas de financiamento e de liquidez que neste momento estão afogando muitas economias, e em que tudo isso se debata e decisões sejam tomadas rapidamente", defendeu hoje Rajoy.
O chefe do Executivo espanhol considerou que "neste momento, o mais urgente para resolver os problemas das economias da zona do euro é que exista muita clareza" e que se assegure que "é uma moeda irreversível".
Na carta, de 6 de junho, três dias antes da aprovação do crédito para os bancos espanhóis pelo Eurogrupo, Rajoy assegura que a Europa "está atravessando a crise mais grave desde a criação do euro".
O chefe do Executivo espanhol reivindica uma atuação "urgente" do Banco Central Europeu (BCE), já que "a pressão está aumentando sobre muitos países" de maneira "acelerada" e o euro "está em risco".
Na sessão de controle parlamentar, quando precisou responder a várias perguntas sobre o empréstimo europeu aos bancos espanhóis, Rajoy explicou a necessidade dessa medida porque a Espanha "neste momento" não tem a quantia de que o sistema financeiro precisa para sanar as dívidas, "nem pode emitir dívida pública" para obtê-la.
"Estou muito satisfeito (pela ajuda), porque a Espanha não tem neste momento esses 100 bilhões (de euros), nem pode emitir dívida pública", respondeu ao líder do Partido Socialista (Psoe), Alfredo Pérez Rubalcaba, que lhe pediu detalhes.
Também participou do debate o ministro da Economia, Luis de Guindos, que especificou que o crédito europeu não terá custo para os cidadãos espanhóis e "não se vinculará a nenhum programa de ajuste econômico" nem haverá "condições adicionais de política fiscal ou de reformas estruturais".
Os grupos da oposição condenaram a forma como o governo apresentou o empréstimo europeu e sua resistência a chamá-lo de "resgate". EFE