👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Impacto de choques fiscais na inflação é persistente, diz diretor do BC

Publicado 17.11.2023, 08:40
© Reuters.

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse nesta sexta-feira que os impactos de choques fiscais na inflação são persistentes e que, quando a dívida é maior, esse impacto também é majorado.

"Quando você dá um choque no resultado nominal ou quando você dá um choque no resultado primário... você tem um impacto sobre a inflação para cada 1%-0,5% (de impacto fiscal), e no 'core inflation' (núcleo da inflação) é até mais persistente", disse Guillen em seminário organizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), citando em sua apresentação dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Quatro anos depois você ainda tem impacto no 'core inflation', se (o impacto) for nominal, talvez caindo no quarto ano se for impacto primário, mostrando então que há um impacto sobre a inflação e esse impacto é persistente."

Nesse contexto, o diretor afirmou que, diante de estímulos fiscais que terão impacto sobre a atividade e a inflação, a política monetária consequentemente deverá atuar de forma contracíclica para reduzir a pressão de alta sobre os preços.

Segundo Guillen, dados mostram que, quando há maior endividamento em determinado país, o impacto de choques fiscais sobre a inflação é maior. "É a ideia de que depende não só da própria condição econômica de atividade, como também de como é percebido o fiscal no país."

O diretor afirmou que apenas a introdução de regras fiscais em determinada economia não é suficiente para ter impacto positivo nas condições financeiras, e que é necessário haver também uma boa fiscalização dos arcabouços de forma a aumentar a credibilidade.

Seus comentários foram amplos e não fizeram referência específica à conjuntura econômica ou fiscal do Brasil, mas vieram num momento de volatilidade nas expectativas do mercado financeiro sobre as contas públicas domésticas.

© Reuters. Prédio do Banco Central em Brasília
20/03/2020 REUTERS/Adriano Machado

Depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressuscitou temores fiscais no mês passado ao questionar a meta de zerar o déficit primário no ano que vem, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Danilo Forte (União-CE), disse na quinta-feira que a equipe econômica, liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manteve o objetivo por ora.

No início da semana passada, o Banco Central observou na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) uma maior incerteza sobre a capacidade do governo em cumprir as metas fiscais estabelecidas e defendeu que os objetivos para as contas públicas sejam buscados com firmeza.

Na reunião, realizada nos dias 31 de outubro e 1° de novembro, o BC decidiu fazer um terceiro corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 12,25% ao ano, e afirmou que sua diretoria antevê reduções equivalentes nas próximas reuniões.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.