Por Elias Glenn e Lusha Zhang
PEQUIM (Reuters) - A máquina comercial da China acelerou em janeiro após queda no mês anterior, com as exportações e as importações crescendo bem mais do que o esperado e indicando forte início do ano para a demanda global.
Os dados robustos divulgados nesta quinta-feira, junto com as pesquisas na semana passada dos setores industrial e de serviços, sugerem que a economia da China continuou resiliente no início de 2018 e pode até mesmo ter ganhado alguma força, apesar das repressões à poluição industrial e ao financiamento de maior risco que estão elevando os custos de empréstimo.
As exportações em janeiro subiram 11,1 por cento sobre o ano anterior, acelerando sobre ganho de 10,9 por cento em dezembro, mostraram dados oficiais. Analistas esperavam que o crescimento desaceleraria pelo segundo mês seguido, a 9,6 por cento.
As importações saltaram 36,9 por cento, disse a Administração Geral de Alfândegas, ritmo mais forte desde fevereiro passado e ante expectativa de analistas de crescimento de 9,8 por cento.
O aumento das importações da China havia desacelerado com força a 4,5 por cento em dezembro, provocando temores de que a demanda doméstica estava diminuindo conforme Pequim forçava indústrias a reduzir a produção para diminuir a poluição no inverno.
As commodities mais uma vez lideraram a balança comercial em janeiro, com as importações de petróleo da China atingindo recorde e as compras de minério de ferro no segundo nível mais forte já registrado.
Os dados deixaram o país com o menor superávit comercial em 11 meses, de 20,34 bilhões de dólares, ante 54,69 bilhões em dezembro e projeção de superávit de 54,1 bilhões de dólares.
Entretanto, dados da China nos dois primeiros meses do ano devem sempre ser tratados com cautela devido a distorções provocadas pela data em que cai o feriado do Ano Novo Lunar, comemorado no final de janeiro em 2017 mas que será em meados de fevereiro neste ano.