PEQUIM (Reuters) - As importações de soja brasileira pela China recuaram em junho, enquanto os embarques dos Estados Unidos aumentaram, segundo dados alfandegários da China divulgados nesta quarta-feira, à medida que os altos preços reduziram a demanda por cargas sul-americanas.
A China, maior compradora de soja do mundo, importou 7,24 milhões de toneladas da oleaginosa do Brasil em junho, ante 10,48 milhões de toneladas um ano antes, mostraram dados da Administração Geral de Alfândegas.
As importações totais de soja caíram 23% no mês passado no comparativo anual, para 8,25 milhões de toneladas, uma vez que os altos preços globais e a fraca demanda reduziram o apetite pela oleaginosa, conforme os dados alfandegários.
Os embarques de soja dos Estados Unidos chegaram a 773.114 toneladas em junho, ante 54.806 toneladas no mesmo mês do ano passado.
Os compradores chineses se voltaram para a soja norte-americana para obter melhores lucros durante o pico da temporada de exportação de soja brasileira, já que o mau tempo elevou os preços da oleaginosa no país sul-americano.
No acumulado do primeiro semestre, a China trouxe 27,71 milhões de toneladas de soja brasileira, ante 26,13 milhões de toneladas no mesmo período de 2021.
Já as importações dos Estados Unidos somaram 17,54 milhões de toneladas de janeiro a junho, ante 21,57 milhões de toneladas no ano anterior.
As baixas margens de esmagamento vêm pesando sobre o apetite pela soja nos últimos meses. Os trituradores no principal centro de processamento de Rizhao estão perdendo cerca de 682 iuanes por cada tonelada de soja processada.
A demanda por farelo de soja do setor de ração ficou sob pressão depois que os suinocultores sofreram grandes perdas no início deste ano, enquanto os preços do óleo comestível também caíram.
(Reportagem de Dominique Patton; Reportagem adicional de Emily Chow e da redação de Pequim)