BRASÍLIA (Reuters) - A inadimplência no Brasil recuou a 5,4 por cento em setembro, menor nível desde dezembro de 2015 (5,3 por cento), refletindo os primeiros sinais de gradual recuperação econômica no país.
Divulgado nesta sexta-feira pelo Banco Central, o dado considera apenas o segmento de recursos livres, em que as taxas são definidas livremente pelas instituições financeiras. Em agosto, a inadimplência havia sido de 5,6 por cento.
De modo geral, o mês foi marcado pelo barateamento das condições de financiamento no país, em meio ao ciclo de afrouxamento monetário que já reduziu a taxa básica de juros em 6,75 pontos percentuais desde outubro do ano passado, ao patamar atual de 7,5 por cento ao ano.
No segmento de recursos livres, os juros médios caíram a 43,3 por cento em setembro, contra 45,6 por cento em agosto.
O spread, que mede a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada a seus clientes, também recuou a 35,1 pontos percentuais, contra 36,9 pontos em agosto.
Apesar desse movimento, o cenário ainda é de fraqueza na tomada de empréstimos no Brasil.
O estoque total de crédito no país ficou estável em setembro sobre agosto, a 3,048 trilhões de reais, o equivalente a 47,0 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Nos nove primeiros meses do ano, o estoque caiu 1,9 por cento. Em 12 meses, houve recuo de 2,0 por cento, sendo que o BC prevê um resultado estável para 2017.
As empresas têm respondido de maneira pronunciada por essa falta de apetite, tendência que se repetiu em setembro. O estoque para as pessoas jurídicas caiu 0,4 por cento sobre agosto, a 1,432 trilhão de reais. Já o estoque de crédito para pessoas físicas teve ligeira alta de 0,2 por cento, a 1,616 trilhão de reais.
No acumulado do ano até setembro, o estoque de crédito para empresas registrou recuo de 7,3 por cento, ao passo que para as pessoas físicas houve crescimento de 3,5 por cento no mesmo período.
(Por Marcela Ayres)