O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, disse nesta 3ª feira (7.nov.2023) que as incertezas fiscais têm dominado o cenário econômico brasileiro. Segundo ele, esse fator dificulta que a autoridade monetária dê sinalizações “mais claras” sobre a trajetória dos juros.
“O cenário global, juros nos EUA, conflitos geopolíticos, estão intensos, mas, aqui no Brasil, as incertezas fiscais têm dominado o cenário local”, declarou Campos Neto no evento “Bradesco (BVMF:BBDC4) Asset Management”, em São Paulo.
Apesar do cenário incerto na economia brasileira, ele disse que o Brasil tem avançado fortemente na desinflação em comparação a outros países emergentes. No entanto, afirmou que o país precisa ter compromisso com a questão fiscal. “O Brasil precisa fazer ‘lição de casa’ com perspectiva de juros mais altos por mais tempo em outros países no mundo”, afirmou.
O presidente do BC disse apoiar a iniciativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de perseguir o deficit zero para 2024. “Quando você não cumpre a meta fiscal, isso ocasiona um problema de expectativas piores para frente”, declarou Campos Neto.
A fala vem depois da ata do Copom (Comitê de Política Monetária), publicada na manhã desta 3ª (7.nov). O documento sinalizou que a incerteza fiscal “cresceu” no período mais recente com a expectativa de possível mudança da meta fiscal de 2024, que prevê zerar o deficit do próximo ano.