Por Stella Qiu e Kevin Yao
PEQUIM (Reuters) - A inflação ao produtor na China desacelerou para uma mínima de quatro meses em novembro, à medida que a atividade manufatureira enfraquece devido aos esforços atuais do governo para reduzir a poluição, arrefecendo a demanda de fábricas por matérias-primas.
Os preços ao produtores subiram 5,8 por cento em relação ao ano anterior - a menor alta desde julho, informou o National Bureau of Statistics no sábado. O aumento foi ligeiramente inferior às expectativas do mercado e da alta de 6,9 por cento registrada em outubro.
Os analistas entrevistados pela Reuters previram que o índice de preços aos produtores em novembro subisse 5,9 por cento ante novembro do ano passado, em desaceleração devido à forte base de comparação do ano anterior.
"O mecanismo de proteção ambiental pode afetar a produção de empresas, desacelerando a demanda por matérias-primas", disse Wen Bin, economista do Minsheng Bank, em Pequim.
"Olhando para o futuro, a inflação ao produtor provavelmente diminuirá gradualmente devido em parte ao efeito de base de comparação alto".
Em relação a outubro, a inflação ao produtor foi de 0,5 por cento em novembro.
PREÇOS AO CONSUMIDOR DESACELERAM
A inflação ao consumidor na China, que tem ficado dentro da meta do governo de 3 por cento neste ano, também desacelerou mais do que o esperado em novembro, para 1,7 por cento, ante 1,9 por cento, à medida que os preços dos alimentos recuaram.
A alta dos preços de produtos não alimentícios acelerou para 2,5 por cento em novembro, ante 2,4 por cento em outubro.
A expectativa era que o índice de preços ao consumidor (IPC) desacelerasse para 1,8 por cento em relação a novembro do ano passado, em comparação à alta de 1,9 por cento em outubro.
A segunda maior economia do mundo desafiou as expectativas do mercado com um crescimento econômico de 6,9 por cento nos primeiros nove meses do ano, apoiado por um boom da construção e exportações robustas.
Mas a atividade manufatureira mostrou sinais de resfriamento nos últimos meses, enquanto Pequim ampliou o combate a riscos financeiros, o que aumentou os custos de empréstimos e pesou sobre novos investimentos.