SÃO PAULO (Reuters) - O comércio varejista brasileiro teve queda de 3,6 por cento nas vendas no mês passado sobre o mesmo período de 2015, segundo o índice ICVA, apurado pela empresa de meios de pagamento Cielo (SA:CIEL3).
A queda, no entanto, foi menos intensa que a verificada em outubro, quando o indicador apurou recuo de 6 por cento na mesma comparação, afirmou a empresa nesta sexta-feira.
Segundo a Cielo, o resultado de novembro foi apoiado em efeitos de calendário. "O período contou com uma sequência de feriados como Finados, Proclamação da República e Consciência Negra (em algumas cidades) que, em conjunto, resultaram em impacto positivo no mês", afirmou a Cielo, citando ainda o evento da Black Friday, em 25 de novembro.
"Ajustados estes efeitos, o índice aponta retração de 4,9 por cento, patamar similar ao dos meses anteriores", acrescentou a empresa.
A pesquisa apurou que quase todos os setores continuaram mostrando queda nas vendas, "salvo poucas exceções, como turismo e drogarias e farmácias".
Pela primeira vez desde o início da pesquisa em janeiro de 2014, o bloco de setores que comercializam bens não duráveis – supermercados e hipermercados, postos de combustível, drogarias e farmácias, entre outros – apresentou desempenho pior que o grupo de setores de bens duráveis e semiduráveis – móveis, eletrodomésticos e lojas de departamento, vestuário, entre outros.
O ICVA é calculado com base em vendas realizadas em mais de 1,7 milhão de pontos ativos credenciados à Cielo.
O indicador foi divulgado alguns dias depois que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou pesquisa mostrando que as vendas do varejo brasileiro tiveram o pior outubro desde 2000, apresentando recuo de 8,2 por cento na comparação anual.
(Por Alberto Alerigi Jr.)