Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - O forte aumento na produção industrial brasileira em fevereiro, diante do fortalecimento da demanda impulsionou as contratações no setor no ritmo mais rápido em quase nove anos, de acordo com os dados da pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta sexta-feira.
O IHS Markit informou que o PMI chegou a 53,4 no mês, de 52,7 em janeiro, atingindo o patamar mais elevado em 11 meses. Leitura acima de 50 indica expansão.
Segundo o IHS Markit, quatro dos cinco componentes da pesquisa favoreceram o avanço do PMI em fevereiro --produção, novos pedidos, emprego e estoques de compras.
A produção cresceu pelo oitavo mês seguido, no segundo ritmo mais rápido desde março de 2018, com as empresas citando condições dinâmicas da demanda.
Isso porque as vendas aumentaram no ritmo mais rápido em quase um ano, diante de iniciativas de reposição de estoque junto aos clientes, fortalecimento da demanda e um mercado interno otimista. O esforço para aumento dos estoques levou os níveis de compra ao ritmo mais acentuado em 11 meses.
Já as vendas para exportação foram o ponto negativo ao recuarem pela terceira vez seguida, devido às difíceis condições do comércio global e a problemas na Argentina.
O cenário de demanda e produção melhores levou ao aumento do nível dos empregos pelo segundo mês, com a taxa de criação de vagas no nível mais forte desde abril de 2010.
Por outro lado, a taxa de inflação de custos permaneceu fraca. Os entrevistados citaram alta em fevereiro dos preços de aço, glicerol, algodão, couro e resina, mas quedas de alumínio, corantes, fios, óleos e polietileno. Com isso, a taxa de inflação de preços cobrados se atenuou em fevereiro.
Por fim, o sentimento quanto aos negócios seguiu elevado, sustentado por melhoras na economia, obtenção de novos negócios, planos de lançamentos de produtos e expectativas de políticas governamentais melhores, como simplificação tributária.