Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A produção industrial brasileira iniciou o quarto trimestre em alta, dentro do esperado e impulsionada por bens de capital e de consumo, em mais um sinal de que a economia do país está se recuperando gradualmente.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta terça-feira que a produção industrial teve expansão de 0,2 por cento em outubro na comparação com o mês anterior, após avanço de 0,3 por cento em setembro.
Sobre o mesmo mês de 2016, a alta foi de 5,3 por cento, melhor resultado desde abril de 2013 (+9,8 por cento).
Os dados ficaram em linha com as expectativas em pesquisa da Reuters com economistas, de alta de 0,20 por cento na variação mensal e de 5,20 por cento na base anual.
"Há saldo positivo da indústria neste ano, com 8 altas em 10 meses, bem em linha com o ritmo e a velocidade da economia. Não vemos recuperação rápida e instantânea, mas há uma reação", disse o gerente da pesquisa no IBGE, André Macedo
Entre as categorias, apresentaram ganhos em outubro Bens de Capital, uma medida de investimento, e Bens de Consumo, respectivamente de 1,1 e 1,0 por cento.
A retomada dos investimentos no terceiro trimestre já havia indicado fôlego da economia ao expandir 1,6 por cento sobre o período anterior.
Com o resultado de outubro, a indústria mantém o ritmo gradual de recuperação, em meio à melhora do emprego no país com inflação e juros baixos.
Segundo o IBGE, somente a produção de Bens Intermediários recuou no mês, em 0,8 por cento na comparação com setembro.
Já entre os ramos pesquisados, 15 dos 24 registraram ganhos, sendo as maiores influências positivas os aumentos de 20,3 por cento de produtos farmoquímicos e farmacêuticos e de 4,8 por cento de bebidas. Ambos reverteram as perdas vistas no mês anterior.
"O positivo desse resultado é percebermos que o crescimento da indústria está menos concentrado em setores específicos", avaliou Macedo.
A confiança da indústria também vem melhorando, com avanço em novembro pelo quinto mês seguido, para a máxima em quase quatro anos.