WASHINGTON (Reuters) - A inflação anual dos Estados Unidos desacelerou ainda mais em novembro e foi abaixo de 3%, enquanto as pressões subjacentes sobre os preços continuaram a diminuir, o que pode consolidar as expectativas do mercado financeiro de um corte na taxa de juros em março.
O índice de preços PCE caiu 0,1% no mês passado, depois de ficar inalterado em outubro, informou o Departamento de Comércio nesta sexta-feira. Nos 12 meses até novembro, o índice de preços PCE teve alta de 2,6%, depois de subir 2,9% em outubro. Outubro foi o primeiro mês desde março de 2021 em que o índice anual de preços PCE ficou abaixo de 3%.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o PCE aumentou 0,1% em novembro, igualando o ganho de dezembro. O chamado núcleo do PCE avançou 3,2% em relação ao ano anterior em novembro, o menor aumento desde abril de 2021, depois de alta de 3,4% em outubro.
O Federal Reserve acompanha as medidas do PCE para sua meta de inflação de 2%. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice anual teria alta de 2,8% e que o núcleo aumentaria 3,3%.
Leituras mensais de inflação de 0,2% em uma base sustentável são necessárias para levar a inflação de volta à meta do Fed, segundo economistas. Nesta sexta-feira, os mercados financeiros estavam precificando uma chance de aproximadamente 72% de um corte nos juros na reunião do Fed de 19 e 20 de março, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group.
O banco central dos EUA manteve os juros na semana passada e as autoridades de política monetária sinalizaram em novas projeções econômicas que o aperto histórico da política monetária realizado nos últimos dois anos está no fim e que 2024 terá custos de empréstimos mais baixos. Desde março de 2022, o Fed aumentou sua taxa de juros em 525 pontos-base, para a faixa atual de 5,25% a 5,50%.
Com o arrefecimento da inflação, as famílias têm mais renda à sua disposição. Os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, aumentaram 0,2% no mês passado. Os dados de outubro foram revisados para mostrar que os gastos aumentaram 0,1% em vez de 0,2% como informado anteriormente.
Economistas previam aumento de 0,3% dos gastos.
(Reportagem de Lucia Mutikani)