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Inflação brasileira sobe 0,84% em fevereiro, puxada por alta na educação

Publicado 10.03.2023, 08:59
Atualizado 10.03.2023, 09:01
© Reuters.

Por Jessica Bahia Melo

Investing.com — A inflação brasileira subiu 0,84% no mês de fevereiro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta sexta-feira, 10. Dessa forma, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 5,60% em 12 meses. O dado veio acima do esperado, considerando que as projeções consensuais compiladas pelo Investing.com indicavam alta mensal de 0,80% na inflação, contra 0,53% registrada em janeiro, levando o indicador a 5,54%.

"No que implica à política monetária, o ritmo da desinflação em doze meses segue vagaroso, com a média dos núcleos em 12 meses chegando a 8,4%, patamar elevadíssimo", avalia Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

Na visão da XP Investimentos (BVMF:XPBR31), ainda que os dados tenham vindo próximos das projeções do mercado, não há alívio para as preocupações da autoridade monetária sobre a dinâmica da inflação. “A média dos núcleos de inflação mostrou elevação de 0,73% em fevereiro ante janeiro, com a métrica de média móvel de 3 meses anualizada e dessazonalizada (importante para avaliação da tendência de curto prazo) subindo de 5,77% para 6,57% no período, muito acima da meta de inflação de 3,25% para este ano”.

As medidas de núcleo não são compatíveis com a meta de inflação, ainda com limite de um ponto e meio percentual, para Raone Costa, economista-chefe da Alphatree. “O dado de inflação deve colocar o Banco Central preocupado. Para os próximos meses, é bem provável que sejam divulgados números que promovam queda da inflação ano contra ano, porque os dados de março, abril e maio do ano passado foram muito altos, dificilmente vão repetir isso”, pondera  

Somente vestuário em queda mensal

Segundo o IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito apresentaram elevação no mês passado. A única queda foi registrada em vestuário, que caiu 0,24%, em retração pelo segundo mês.

O instituto ressalta que tanto o maior impacto como a maior variação, com disparada de 6,28%, foram do grupo educação.

Saúde e cuidados pessoais teve elevação de 1,26%, enquanto habitação apresentou um acréscimo de 0,82%.

O grupo de transportes variou 0,37%, alimentação e bebidas 0,16%, ambos com altas menores do que em janeiro.

Artigos de residência subiram 0,11% e comunicação 0,98%. Despesas pessoais registraram 0,44%.

Educação dispara

Os reajustes de início de ano impulsionaram a elevação na inflação do grupo de educação, com variação de 6,28%.

De acordo com o IBGE, os cursos regulares apresentaram alta de 7,58%. O ensino médio variou 10,28%, ensino fundamental 10,06%, pré-escola 9,58% e creche teve acréscimo de 7,20%.

O ensino superior contou com indicador 5,22% superior, cursos técnicos 4,11% e pós-graduação em menor magnitude, com 3,44%.

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