Por Philip Blenkinsop e Foo Yun Chee
BRUXELAS (Reuters) - A inflação na zona do euro permaneceu baixa em 1,0% em agosto, bem aquém da meta do Banco Central Europeu (BCE), mostrou uma primeira estimativa na sexta-feira, reforçando expectativas do mercado de que o BCE afrouxará ainda mais a política monetária no próximo mês.
O escritório de estatísticas da União Europeia (UE) informou nesta sexta-feira que a inflação nos 19 países que compartilham o euro permaneceu inalterada em relação à leitura de julho, em linha com estimativas de analistas consultados pela Reuters.
As taxas de elevações de preços em julho e agosto são as mais baixas desde novembro de 2016, bem inferiores à meta de inflação do BCE (próxima, mas abaixo de 2%), apesar dos anos de estímulo monetário sem precedentes por meio de cortes nas taxas e de trilhões de euros em compras de títulos.
Economistas disseram que os dados econômicos mais recentes reforçaram argumento para uma maior flexibilização da política monetária.
"Não há nada nas divulgações de dados de hoje que mude a opinião dos formuladores de política monetária do BCE que se reunirão na semana seguinte: ainda esperamos que eles reduzam a taxa de depósito de -0,4% para -0,5% e forneçam mais dicas claras de que mais QE está a caminho", escreveu Andrew Kenningham, da Capital Economics, em nota.
O Conselho do BCE realiza sua próxima reunião de política monetária em 12 de setembro e prometeu um pacote de estímulos, com o crescimento econômico patinando em meio a uma guerra comercial global e ao setor manufatureiro da Alemanha já em recessão.
O núcleo de inflação --que retira da conta alimentos não processados e energia (ambos mais voláteis) e mais monitorado pelo BCE em termos de decisões de política monetária-- ficou estável em 1,1% em agosto.
A medida ainda mais restrita, que exclui também os preços do álcool e do tabaco que muitos economistas de mercado consideram, ficou inalterada em 0,9%.
Entre outros dados, a taxa de desemprego na zona do euro ficou em 7,5% em julho, estável ante um mês antes, mostraram dados do Eurostat.