Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - A forma como a inflação global está evoluindo não é comum, levando em conta dados históricos, aponta o UBS. O banco reuniu informações sobre todas as recessões desde 1980 e destaca que ao contrário do que era observado anteriormente, a inflação atual não é causada principalmente pelo setor de serviços. Os grandes vilões da crise atual seriam a energia e os bens duráveis.
O UBS afirma que apesar dos preços do setor de serviço terem apresentado uma queda expressiva no começo da pandemia em 2020, já houve uma recuperação. Os valores estão um pouco acima do normal, mas ainda dentro da margem de controle, comparado com períodos anteriores.
A inflação de energia e de bens essenciais, por outro lado, está em seu maior patamar desde o início da pandemia. De acordo com o UBS, os preços estão acima do normal, inclusive levando em conta outras recessões. Isso seria explicado pelos gargalos na cadeia de produção e na oferta.
O que chama a atenção, segundo o UBS, é que a inflação sobre bens essenciais nos Estados Unidos se mostra em uma magnitude diferente do resto do mundo. Atualmente o nível se encontra duas vezes mais afastado do normal do que em outros países, exceto na Nova Zelândia.
O choque dos preços nos EUA se inicia no começo de 2021, quando grande parte do estímulo fiscal direto foi liberado, e precede a alta dos preços globais em cerca de dois trimestres.
O UBS aponta que agora as inflações sobre a energia e os serviços começam a apresentar uma maior aceleração. Essa seria a terceira vez desde os anos 1990 que os três setores apresentam alta de forma simultânea. Nas duas ocasiões anteriores, a forte inflação não permaneceu por muito tempo, mas antecederam recessões em muitos países, aponta o banco.