Nova York, 15 abr (EFE).- O Bank of America anunciou nesta sexta-feira que obteve um lucro líquido de US$ 2,049 bilhões (17 centavos por título) no primeiro trimestre de 2011, 35,6% menos que no mesmo período do ano anterior, afetado pelas perdas relacionadas com seus empréstimos hipotecários.
O ganho registrado durante os três primeiros meses do ano ficou muito abaixo dos cerca de US$ 0,27 por título que tinham calculado os analistas, assim como dos US$ 0,28 por ação registrado entre janeiro e março de 2010, quando seu lucro foi de US$ 3,182 bilhões.
Em qualquer caso, o lucro acumulado no lance inicial de 2011 contrasta com as perdas de US$ 1,244 bilhão que a entidade teve que assimilar no último trimestre de 2010.
A companhia detalhou que, uma vez divididos os lucros que correspondem a seus acionistas preferenciais, o lucro líquido atribuível ao resto de seus acionistas foi de US$ 1,739 bilhão.
A queda do lucro aconteceu porque a receita do maior banco dos EUA por ativos caiu 16% para US$ 26,877 bilhões entre janeiro e março passados, enquanto suas despesas aumentaram 14,1%, para US$ 20,283 bilhões.
Segundo o Bank of America, os resultados deste trimestre foram "positivamente afetados" pela redução dos custos de créditos e o aumento das comissões em vários de seus serviços bancários, o que ajudou a compensar "um maior custo do legado dos empréstimos hipotecários", assim como o aumento das despesas destinadas a litígios judiciais.
A entidade financeira se viu afetada pelas perdas de US$ 2,392 bilhões em sua área de empréstimos hipotecários, acima das perdas de US$ 2,072 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior.
Esse área de negócio teve que deter temporariamente a execução de hipotecas em 23 estados dos EUA em outubro passado, por causa da polêmica pelos chamados "roubos signatários", que levou a uma investigação da Promotoria para determinar se era certo que "algumas entidades hipotecárias fizessem declarações juramentadas ou assinassem execuções hipotecárias de maneira defeituosa".
Com estas contas, o banco demonstra que ainda lida com problemas derivados dos bônus-lixo, em parte herdados com a compra do Countrywide Financial após o colapso do Lehman Brothers.
O Bank of America confirmou na quinta-feira que demitirá 1.500 trabalhadores de sua área de empréstimos hipotecários e transferirá para outros cerca de 350 empregados para que se dediquem aos empréstimos problemáticos. EFE