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Inflação tem menor nível para março desde 1994, mas alimentação em casa acelera alta em meio a pandemia

Publicado 09.04.2020, 09:10
Atualizado 09.04.2020, 10:25
© Reuters. Consumidor empacota suas compras em mercado do Rio de Janeiro

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A inflação oficial do Brasil registrou em março o menor nível para o mês desde 1994, mas ainda assim mostrou as consequências das medidas de isolamento devido à pandemia do coronavírus com aumento dos preços da alimentação em domicílio.

Em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou a alta a 0,07%, ante 0,25% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

O dado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,15% e é o mais fraco para um mês de março desde o início do Plano Real em 1994.

A inflação acumulada em 12 meses chegou a 3,30%, de 4,01% em fevereiro e contra expectativa de avanço de 3,38%. O centro da meta de inflação para este ano é 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Os efeitos do coronavírus no IPCA apareceram em direções diferentes. A pesquisa foi realizada entre os dias 3 a 30 de março e é primeira feita com preços coletados de forma remota.

“Esse resultado de março tem os primeiros sinais de queda de demanda provocada pelo Covid-19 e isso tem mais força em pacotes turísticos e hospedagem pelo lado da queda", explicou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

"Na alimentação em domicílio se viu uma alta, com bares e restaurantes fechados as pessoas estão comprando por estarem mais em casa. Os preços em casa subiram ou por maior demanda ou por restrição de produtos", completou.

Se por um lado os preços das passagens aérea e dos combustíveis caíram, comer em casa ficou mais caro em meio às medidas de proteção no Brasil com isolamentos e fechamentos de empresas.

A maior alta foi do grupo Alimentação e bebidas de 1,13%, contra 0,11% em fevereiro.

Esse resultado foi influenciado principalmente pela alimentação no domicílio, que passou de 0,06% em fevereiro para 1,40% em março. Os destaques foram o ovo de galinha (4,67%), a batata-inglesa (8,16%), o tomate (15,74%), a cebola (20,31%) e a cenoura (20,39%).

“O coronavírus teve efeito generalizado nos alimentos captados pelo IPCA. E não podemos descartar aumento da restrição da oferta também, como cenoura e tomate", disse Kislanov.

Mas dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três tiveram deflação em março e a maior contribuição negativa foi dada por Transportes, com queda de 0,90% nos preços.

As passagens aéreas caíram 16,75%, enquanto os combustíveis tiveram deflação de 1,88% -- todos caíram em março: etanol (-2,82%), óleo diesel (-2,55%), gasolina (-1,75%) e gás veicular (-0,78%).

"O coronavírus teve mais pressão altista do que de queda. A queda dos combustíveis é por conta do recuo do barril de petróleo", disse o gerente da pesquisa.

Ainda do lado das quedas, os preços de Artigos de residência recuaram 1,08, enquanto Despesas pessoais, grupo que abrange pacotes turísticas e hospedagem, recuaram 0,23%.

© Reuters. Consumidor empacota suas compras em mercado do Rio de Janeiro

Diante das incertezas relacionadas ao coronavírus, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros a 3,75%, nova mínima histórica, e tanto a autarquia quanto o governo vêm adotando medidas econômicas para tentar mitigar os potenciais devastadores impactos do vírus.

O Ministério da Economia e o BC preveem atualmente estagnação da atividade este ano, mas esses números ainda devem ser revisados para baixo.

A pesquisa Focus realizada pelo BC com economistas mostra que a expectativa é de a inflação termine este ano a 2,72% e a economia encolha 1,18%, mas algumas casas já preveem contração de mais de 3%.

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