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IPCA: Educação deve ter impulsionado inflação de fevereiro, segundo economistas

Publicado 11.03.2024, 15:06
© Reuters.

Investing.com – O grupo educação deve ter impulsionado a inflação do mês de fevereiro, segundo economistas consultados pelo Investing.com Brasil. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nesta terça-feira, 12, e a projeção de consenso indica número igual ao da prévia. No meio do mês, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) subiu 0,78% em fevereiro, com maior variação e o maior impacto do grupo de educação, seguido de alimentação/bebidas e saúde/cuidados pessoais. Em janeiro, o IPCA foi de 0,42%.

André Braz, economista e coordenador adjunto do índice de preços ao consumidor da Fundação Getulio Vargas (FGV), avalia que os reajustes nas mensalidades escolares no início do ano letivo responderão por parcela importante, principalmente pré-escola, ensino fundamental e ensino médio. Creches e ensino superior também tendem a apresentar altas robustas, mas em menor magnitude.

“Os alimentos in natura, que tradicionalmente sobem de preço no verão, dado o rigor do clima nesta estação, também chamarão a atenção. A gasolina, que teve aumento do ICMS, aparecerá impulsionando o grupo transportes”, completa o economista, que estima inflação ao final do ano em 3,9% e taxa de juros Selic a 9%.

A expectativa de Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, é de uma variação de 0,78%, com indicador puxado por serviços sazonais, como manicure, pedicure, serviços pessoais, além de mensalidades escolares. “Tem sazonalidade da inflação no Brasil. Em janeiro, fevereiro e março, a inflação tende a ser mais alta mesmo, mas ainda assim, os índices estão bem puxados”.

Com esse cenário, o Banco Master espera a continuidade de cortes de meio ponto percentual na taxa de juros básica da economia brasileira, mas acredita que o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve retirar o plural no texto indicando cortes da mesma magnitude nas próximas reuniões.

“Eu acho que ele deve deixar sinalizado mais um corte de meio, ou seja, um forward guidance mais curto. Em vez de falar que espera cortes da mesma magnitude para próximas reuniões, acho que ele vai mudar para próxima reunião”, avalia Gala, que projeta inflação ao final do ano em 3,7% e Selic em 9%.

O IPCA deve continuar registrando uma trajetória benigna, segundo Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, que projeta uma variação positiva de 0,76%, e alerta para necessidade de atenção com os núcleos

“Há uma discussão interessante e, que merece uma atenção extra, sobre os efeitos do crescimento da renda famíliar e da massa salarial, diante de um mercado de trabalho resiliente, sobre preços de serviços”, explica, ao concordar com os propulsores do índice como os reajustes das matrículas, o aumento do ICMS sobre gasolina e os preços dos alimentos em domicílio por devido a fatores climáticos. A projeção da Suno para IPCA é de 3,9% ao fim do ano, com viés baixista e possível revisão em breve.

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