O mercado financeiro passou a precificar um início de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e redução acumulada até dezembro ainda mais agressivos, após leitura fraca do principal relatório de empregos dos EUA, conhecido como payroll.
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Segundo ferramenta de monitoramento do CME Group, a probabilidade de redução dos juros em 50 pontos-base (pb) - ao nível de 4,75% a 5,00% - em setembro aumentou de 30,5% logo antes do dado para 69,5% por volta das 10 horas (de Brasília), se tornando majoritária. Isso colocou em segundo lugar a chance de corte de 25 pb (30,5%).
O mercado também passou a ver redução acumulada maior nos juros pelo Fed até dezembro, tirando a posição majoritária da probabilidade de cortes de 75 pb em 2024 - que caiu de 56,5% para apenas 15% após o payroll.
A chance de redução total de 100 pb, ao intervalo de 4,25% a 4,50%, se tornou a maior, ao subir de 37,1% a 44,3%, seguida pela probabilidade de cortes acumulados de 125 pb, que saltou de 6% para 37,5%. Em último lugar, a chance de redução de 150 pb avançou de 0,3% a 3,2% no período.
A precificação do mercado, contudo, contraria o posicionamento do presidente do Fed, Jerome Powell. Em coletiva de imprensa após decisão monetária, Powell descartou cortes de juros agressivos, incluindo possível redução de 50 pontos-base em setembro.