SÃO PAULO (Reuters) - A prévia da inflação oficial do Brasil recuou em julho mais que o esperado, a ponto de ficar abaixo do piso da meta do governo no acumulado em 12 meses, dando ainda mais suporte para que o Banco Central não desacelere o ritmo de corte dos juros básicos, em meio ao ambiente de fraca recuperação econômica.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) recuou 0,18 por cento em julho, sobretudo por conta dos preços de alimentação e transportes, acumulando alta de 2,78 por cento em 12 meses, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
Os resultados vieram abaixo das projeções de analistas coletadas em pesquisa da Reuters, de recuo mensal de 0,09 por cento e avanço de 2,87 por cento no acumulado de 12 meses.
A meta de inflação deste ano é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Em julho, o IBGE informou que a principal contribuição para a deflação veio do grupo dos alimentos, que tem participação de 25 por cento nas despesas e cujos preços caíram 0,55 por cento neste mês. Destaque para as quedas nos preços da batata-inglesa (-19,07 por cento), do tomate (-8,48 por cento) e das frutas (-4 por cento).
O grupo dos transportes também ajudou, com deflação de 0,64 por cento no período, com quedas nos preços do etanol (-4,81 por cento) e da gasolina (-2,98 por cento).
Já o grupo despesas pessoais apresentou a maior alta de preços no período, de 0,31 por cento, mostrou o IBGE.
Atualmente, os juros básicos estão em 10,25 por cento e o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne na próxima semana para definir a nova taxa básica. A aposta majoritária do mercado é de que deve ser reduzida em 1 ponto percentual, mantendo o ritmo das últimas duas decisões.
(Por Patrícia Duarte)