RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou para baixo sua estimativa de inflação para este ano a 5,7%, de 6,6% antes, devido ao comportamento dos preços administrados, mas ainda prevê taxa acima do teto do intervalo de tolerância.
Para 2023, o Ipea manteve a projeção de alta de 4,7% do IPCA.
A meta de inflação para 2022 é de 3,50%, enquanto a de 2023 está em 3,25%. Para ambos os anos há margem de tolerância de 1,50 ponto percentual, para mais ou menos.
Diante de cortes nos preços de combustíveis e do teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo, o Ipea passou a ver deflação dos preços administrados de 4,2% neste ano, contra projeção de alta de 1,1% feita em junho.
O Ipea estima ainda ligeira desaceleração nos custos de produção, mas ainda vê certa resistência para o comportamento dos alimentos e dos serviços.
"No caso dos alimentos em domicílio, a aceleração prevista é decorrente dos expressivos reajustes de leites e panificados, ocorridos em junho e julho, que não devem ser compensados, mesmo diante da previsão de queda nos próximos meses", avaliou o Ipea.
"Já para os serviços, o aumento da projeção é resultado de uma alta mais forte que a esperada no trimestre anterior, além dos efeitos da manutenção da demanda, decorrentes do forte crescimento da massa salarial", completou.
(Por Rodrigo Viga Gaier)