Paris, 29 jan (EFE).- A secretária de Estado americana, Hillary
Clinton, reafirmou hoje em Paris os laços que unem seu país com a
Europa em matéria de Defesa, dentro de uma estratégia global com
novos desafios como a segurança energética e ambiental, o terrorismo
cibernético e a promoção dos direitos humanos.
Em discurso no Instituto de Pesquisa Estratégica da Escola
Militar francesa (IRSEM), Hillary ressaltou que "os Estados Unidos e
a Rússia não estarão sempre de acordo, mas quando estiverem em
desacordo" serão buscados diálogos "construtivos".
Em um momento em que os EUA estão "próximos de reduzir
dramaticamente seus arsenais nucleares", em virtude de um acordo que
assinará com a Rússia, Hillary destacou a existência de outros
desafios no século XXI, como a promoção da democracia ocidental pelo
mundo ou o combate ao tráfico de drogas, armas e pessoas.
A secretária de Estado, em visita oficial à França, ressaltou que
a segurança na Europa é uma "pedra angular na política externa
americana", se mostrou firme em sua oposição à independência da
Ossétia do Sul e a Abkházia, que reivindica a Rússia, após o
"obstáculo" que foi a guerra russo-georgiana de 2008 para as
relações entre Washington e Moscou.
Um desses desacordos passa pelo uso de mísseis americanos Patriot
na Polônia, perto da fronteira russa, que as autoridades de Moscou
condenaram recentemente.
Hillary convidou a Rússia a unir-se ao escudo antimísseis "se
desejar" e se mostrou aberta a "explorar" novas formas de cooperação
com a Rússia dentro das estruturas já existentes, como a Organização
do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a Organização para a
Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Com relação à eventual criação de um Exército Europeu, Hillary
declarou que os EUA "não querem nada que suplante a Otan", mas não
descartou "algo que a complemente". No entanto, a chanceler
americana se mostrou mais favorável a uma reestruturação dos
recursos alocados à aliança atlântica.
A visita da secretária de Estado americana a Paris inclui uma
reunião com o chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, e outro
posterior com o ministro de Exteriores, Bernard Kouchner. EFE