Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - Após a divulgação de dados na última sexta-feira, 8, a Julius Bär afirmou em nota aos clientes nesta terça, 12, que o mercado de trabalho dos EUA está se reequilibrando em linha com um crescimento econômico mais fraco, mas que a resiliência dos indicadores diminui as angústias sobre uma possível recessão.
Conforme noticiado pelo Investing.com Brasil, a economia americana criou 372 mil empregos não-agrícolas em maio, de acordo com o relatório de empregos Payroll, do Departamento de Trabalho. O resultado veio acima do esperado, pois a previsão dos economistas era uma alta de 268 mil empregos no período. Já a taxa de desemprego ficou em 3,6% da força de trabalho, apresentando estabilidade em relação ao mês anterior e em linha com o esperado.
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De acordo com a Julius Bär, um mercado de trabalho mais resiliente permite que o Federal Reserve, a autoridade monetária dos EUA, continue com sua política monetária tendo em vista trazer sua taxa básica para um nível neutro nas próximas reuniões. O relatório do mercado de trabalho de junho surpreendeu positivamente, segundo o economista-chefe da Julius Bär, David Kohl. “Essa resiliência prevalecente do mercado de trabalho dos EUA apoia nossa visão de que uma recessão nos EUA nos próximos 12 meses está longe de ser uma conclusão inevitável”.
O economista disse que o ritmo de criação de empregos está diminuindo e o superaquecimento do mercado de trabalho está recuando. “As vagas de emprego e demissões atingiram o pico, as reivindicações de desemprego atingiram o fundo e os índices de emprego ISM caíram abaixo de 50, sinalizando uma contração no próximo mês. Além disso, a pesquisa alternativa de emprego doméstico não indica crescimento do emprego nos últimos três meses”, pondera.
A Julius Bär acredita que uma taxa básica de juros de 2,5%–3% não estimula nem restringe a atividade econômica nos EUA e espera que o Federal Reserve eleve sua taxa básica de juros em 75 pontos-base na sua próxima reunião, prevista para dia 27 de julho.
Em relação aos dados de inflação, a projeção é de alta impulsionada pelos preços de energia, justificando aumentos nas taxas de juros de forma agressiva.
“Além da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto de julho, esperamos que a desaceleração da economia e a redução da pressão inflacionária diminuam o ritmo de aumentos de juros pelo Fed, ajudando assim a projetar uma aterrissagem suave da economia dos EUA nos próximos meses”, completa o economista-chefe.