👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Juros de 2% não são para situações normais no Brasil, diz Serra, do BC

Publicado 12.01.2021, 12:06
Atualizado 12.01.2021, 15:45
© Reuters. Prédio do Banco Central em Brasília
USD/BRL
-

Por Isabel Versiani

BRASÍLIA (Reuters) - O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, disse nesta terça-feira ser natural imaginar que o "estímulo extraordinário" que o Banco Central está concedendo à economia via política monetária será retirado de cena em algum momento.

"A gente sabe que a taxa estrutural da economia brasileira não é 2%, não é a taxa de juros com que a gente vai conviver em situações normais", afirmou Serra em live promovida pela XP, acrescentando que esse patamar foi necessário para fazer frente ao cenário atípico gerado pela pandemia.

"É natural imaginar que esse estímulo extraordinário vai sair de cena em algum momento", disse o diretor. "Esse é um debate que vai acontecer no devido tempo ao longo dos próximos bimestres. Esse debate já está ocorrendo no mercado e é natural que ele ocorra do nosso lado também."

Serra também ressaltou que, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) retirar da sua comunicação o forward guidance (orientação futura) --por meio do qual tem se comprometido a não subir os juros se mantidas algumas condições--, a política monetária voltará a funcionar como antes, seguindo o balanço de riscos e as projeções macroeconômicas.

O diretor frisou que não há relação mecânica entre a retirada do forward guidance e a elevação dos juros, mas que tampouco há impedimento para que seja dado início a um novo ciclo de alta de juros assim que a orientação futura saia de cena.

"Não é mecânico para nenhum dos lados", disse Serra.

INFLAÇÃO

Serra afirmou que, em meio às incertezas relacionadas à saúde e também na ausência de um Orçamento aprovado pelo Congresso para 2021, o cenário é de "nevoeiro", mas que ainda assim a direção macroeconômica está bem melhor do que o Banco Central imaginava há seis meses. Ele citou a atividade produtiva e a própria inflação, destacando como positiva a alta recente.

"Em setembro, se não me engano, o próprio Banco Central projetava 2,1% de inflação, se não me engano o mercado esperava uma inflação abaixo disso para 2020, que era abaixo do piso da meta", disse Serra. Ele afirmou que, passados três meses, o BC está entregando uma inflação que é acima do centro da meta, "o que nunca é desejável", mas ainda assim é "espetacularmente melhor" do que 2,1%.

Sob forte pressão dos preços dos alimentos, a inflação oficial do Brasil encerrou 2020 em 4,52%, a maior taxa em quatro anos e acima da meta central do governo para o ano, de 4,0%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou, contudo, dentro do limite máximo da meta, que tem um intervalo de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.

Serra destacou a alta recente das commodities no mundo, como resultado do pagamento de auxílios para se contrapor ao impacto econômico da pandemia e também por questões climáticas.

Sobre câmbio, Serra avaliou que a incerteza fiscal é um fator muito importante para explicar o nível atual do dólar, além da mudança nas regras de tributação de hedge, a redução da dívida em dólar por parte de algumas empresas e a própria redução do diferencial de juros.

© Reuters. Prédio do Banco Central em Brasília

Falando em variáveis macro, o diretor afirmou, contudo, que sua expectativa no longo prazo é que haja um retorno a um equilíbrio estrutural.

Serra disse também não ver muita mudança no cenário fiscal desde a última reunião do Copom, ocorrida nos dias 8 e 9 de dezembro e afirmou que o BC segue trabalhando com seu cenário-base, que contempla manutenção do teto de gastos.

O diretor disse ainda não ser simples avaliar que o choque da pandemia visto entre abril e maio será reprisado agora e avaliou que o recrudescimento da Covid-19 ocorre mais em função de aumento da mobilidade social, mas com diferente impacto sobre a atividade econômica.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.