Por Ann Saphir
(Reuters) - O presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, disse nesta quinta-feira que o banco central dos Estados Unidos tem "mais trabalho a fazer" para reduzir a inflação, e está "muito longe" de poder dar uma pausa em suas altas agressivas da taxa de juros.
"Não me sinto confortável em dizer que vamos fazer uma pausa" até que haja evidências de que a inflação está esfriando, disse Kashkari em conferência. Não há "quase nenhuma evidência" de que a inflação tenha atingido o pico, disse ele.
O Fed elevou sua taxa de juros em 75 pontos-bases três vezes consecutivas para conter a inflação mais alta em décadas, e deve realizar novo aumento quando se reunir no início do próximo mês. As autoridades do banco central agora esperam que os custos de empréstimos de curto prazo, atualmente em 3% a 3,25%, chegarão a 4,6% no início do próximo ano.
Essa trajetória de aumento dos juros provocou quedas na maioria das principais moedas em relação ao dólar e elevou a turbulência nos mercados acionários globais já agitados pela invasão russa da Ucrânia e outros riscos.
A maioria dos outros bancos centrais mundiais também está aumentando as taxas de juros para combater a inflação agravada em muitos casos pelo dólar mais forte, e alguns intervieram em seus próprios mercados financeiros.
As ações dos Estados Unidos também têm estado voláteis, com os índices de ações de referência caindo ainda mais nesta quinta-feira, e Kashkari disse acreditar que pode haver algumas "rachaduras" nos mercados financeiros à medida que os investidores se ajustam ao ambiente de juros mais altos.
Mas, disse ele, a barra para o Fed mudar sua postura de política monetária para resgatar os mercados aqui "é muito alta".
(Reportagem de Ann Saphir)